O promotor do Ministério Público Eleitoral Rogério Nascimento informou, agora há pouco, que os deputados estaduais Alessandro Calazans (PMN), Rodrigo Neves (PT) e Marcelo Simão (PHS) são suspeitos de crime e infração eleitoral e serão investigados pelo Ministério Público Eleitoral. Os três foram citados em matéria do jornal "Extra", publicada no domingo, que denunciava o fato de parlamentares faltarem a sessões da Assembléia Legislativa do Rio para fazerem campanha eleitoral e, depois, pedirem abono das faltas.
A suspeita de infração eleitoral e de crime, no entanto, têm relação com a possível reação dos candidatos à matéria. No domingo de madrugada, um grupo de homens, entre eles, alguns armados, comprou cerca de 30 mil exemplares, antecipadamente, no centro de distribuição de Belford Roxo, impedindo que os jornais chegassem aos leitores da Baixada.
Além disso, por volta das 2h de domingo, homens ocupando um Vectra e um caminhão estiveram na sede do jornal, na Rua Irineu Marinho (Centro do Rio), com o mesmo objetivo: comprar antecipadamente exemplares do Extra. Hoje Alessandro Calazans informou que não tem ligações com os grupos armados que compraram os jornais.
Um levantamento parcial da venda de jornais de domingo, feito pelo Infoglobo, empresa que edita o Extra, indica que o problema se concentrou no município de São João de Meriti. Mas, houve falta em outros locais da Baixada. Apesar disso, Rodrigo Neves também será investigado. Ele é candidato a prefeito em Niterói. Para o promotor Rogério Nascimento está claro que houve uma tentativa de cerceamento à informação. "Tenho certeza que se tratou de um golpe à democracia", concluiu o promotor.