O prefeito José Fogaça (PMDB), candidato à reeleição em Porto Alegre, foi o principal alvo dos demais participantes do debate promovido pela TVE no final da noite desta quinta-feira (25/09). Os ataques mais agressivos partiram de Onyx Lorenzoni (DEM), Luciana Genro (PSOL) e Vera Guasso (PSTU). Manuela D'Ávila (PCdoB) e Nelson Marchezan Júnior (PSDB) foram mais comedidos.
Lorenzoni, da coligação "Porto Futuro Alegre" (DEM-PP-PSC), usou dois diálogos com outros candidatos para alfinetar o prefeito. Ao responder a pergunta de Vera Guasso - "Frente de Esquerda" (PSTU-PCB) -, ele acusou a administração atual de deixar 40 mil crianças de zero a seis anos sem atendimento em educação infantil. E ao replicar resposta de Luciana Genro, disse que o prefeito não cumpriu promessa firmada em 2004 de implantar a passagem única no transporte coletivo.
Por sua vez, Luciana Genro, da coligação "Sol e Verde" (PSOL-PV) criticou as alianças feitas pela maioria dos outros concorrentes, acusando os partidos de Fogaça, Manuela e Maria do Rosário de participarem, com indicações, de uma mesma administração, do Grupo Hospitalar Conceição, do governo federal. Ela também criticou antigos aliados, dizendo que "essa eleição não é concurso de beleza (numa referência a Manuela) e não é um túnel do tempo, onde se pode voltar atrás em algo que não existe mais (as administrações do PT, de 1989 a 2004)".
Vera Guasso considerou as coligações adversárias como "mirabolantes" e afirmou que Fogaça, da coligação "Cidade Melhor - Futuro Melhor" (PTB-PSDC-PMDB-PDT), representa o "continuísmo dessa situação alarmante que está aí".
Já Manuela D'Ávila, da "Porto Alegre é Mais" (PCdoB-PPS-PR-PTdoB-PMN-PSB-PTN), cotada pelas pesquisas como possível adversária de Fogaça no segundo turno, chegou a elogiar o prefeito por manter alguns programas iniciados pela administração anterior, do PT, mas disse que eles poderiam ser tocados com maior velocidade. Nelson Marchezan Júnior (PSDB), também optou por elogios a alguns programas na área de segurança mas cobrou atitudes mais ágeis.
Tensão
Os dois duelos verbais mais tensos ocorreram entre Fogaça e Maria do Rosário - "Frente Popular" (PSL-PTC-PRB-PT) - e entre Maria do Rosário e Manuela. À candidata do PT, Fogaça quis saber o que a concorrente achava da construção de uma escola técnica federal no bairro Restinga. A petista respondeu que faltou agilidade à prefeitura para aproveitar a verba do Ministério da Educação. Fogaça replicou sustentando que apresentou o projeto em 30 dias, em 2007, e que a escola só não saiu do papel porque o governo federal suspendeu sua execução. Disse que o terreno está liberado pela prefeitura há mais de um ano.
Em sua pergunta a Manuela, Maria do Rosário provocou a comunista a falar sobre valorização do funcionalismo e, na réplica, acusou a concorrente de ter em sua aliança o PPS, que tem entre seus integrantes diversos participantes do governo estadual de Antônio Britto (2005 a 2008), que reduziu o quadro de servidores montando um plano de demissões voluntárias.
Assim como havia feito na apresentação, Fogaça usou a despedida para falar de suas obras, prometendo um "segundo ciclo de desenvolvimento" para a cidade, sem rebater pontualmente as críticas. Ele disse que criou um novo programa de abordagem de crianças de rua, construiu 4,6 mil casas e 24 creches, concluiu 655 obras previstas no Orçamento Participativo e iniciou a implantação da bilhetagem eletrônica, que dá desconto de 50% da segunda viagem de ônibus iniciada até 30 minutos depois da primeira.