Entusiasmado com recentes escapadas na hora do almoço, o governador de São Paulo, José Serra, já admite, em conversas, a possibilidade de se licenciar do cargo para se dedicar à campanha do PSDB a partir do segundo turno.
Potencial candidato à Presidência da República, Serra tem sua presença cobrada pelo partido. Mas se conteve no primeiro turno, especialmente por causa do constrangimento imposto pela ruptura da aliança PSDB/DEM em São Paulo.
Na capital, a acirrada disputa entre o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) inibe aparições mais ostensivas de Serra. Em sua campanha, Alckmin investe nos ataques à gestão Serra/Kassab.
Em conversas, o governador tem reiterado a disposição de entrar na campanha no segundo turno e nem sequer descarta a hipótese de se afastar temporariamente do cargo. Por enquanto, sua militância política se restringe às horas de almoço e aos fins de semana.
Recentemente, Serra tem viajado num helicóptero alugado pelo PSDB para fazer campanha em cidades pelo interior do Estado. Na terça-feira, esteve em Botucatu, cidade onde o PSDB tem um vice do PC do B.
Nesta quarta-feira (24/09), o governador fez campanha em Guarulhos, onde o PSDB -ou um candidato do PV- poderá disputar o segundo turno contra o PT.
Nesta quinta (25/09), deverá ir para a Baixada Santista. Na segunda, fez corpo-a-corpo pelas ruas de Maceió, onde também participou de homenagem à ex-primeira-dama Ruth Cardoso.
Em São Paulo, Serra atendeu a pedidos do partido e participou, há duas semanas, de um jantar de apoio à candidatura Alckmin. Programado para servir de marco da entrada de Serra na campanha, o jantar foi, porém, pontuado por críticas de Alckmin à administração municipal. Desde então, Serra se recolheu ainda mais.
Além de caminhadas na hora do almoço, Serra visita cidades vizinhas nos finais de semana. O governador também tem gravado depoimentos para a TV.