A deputada federal Marina Maggessi (PPS-RJ) acusou nesta terça-feira (23/09) o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de ligação com o narcotráfico na Favela da Rocinha, zona sul do Rio.
Em depoimento Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das milícias da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), ela afirmou que atualmente se preocupa mais com a presença de integrantes do movimento no local do que com a questão da milícia no estado do Rio de Janeiro.
A deputada disse que uma ata apreendida em julho na favela por uma operação policial é um dos indícios dessa ligação. O documento teria sido elaborado pelo traficante conhecido como Nem, que estaria orientando os moradores a votarem no candidato a vereador Claudinho da Academia (PSDC).
Maggessi, que é inspetora da Polícia Civil, disse que integrantes do MST poderiam estar convencendo traficantes a serem "salvadores da pátria". O meu medo é que o tráfico absorva esse tipo de convencimento. Quando eu digo isso, é porque o MST tem uma força de enfrentamento muito grande. Eles prezam esse tipo de invasão e luta armada. Eles não têm armas, mas o tráfico tem".
A assessoria de imprensa do MST informou que não há nenhum integrante na Rocinha e qualquer um que fale em nome do movimento na comunidade não tem representação. O movimento não estaria envolvido no processo eleitoral em nenhum nível.
A deputada foi convocada pela CPI das milícias por ter sido citada pelo vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho, de Rio das Pedras (PMDB), suspeito de chefiar uma milícia nesta comunidade, em seu depoimento comissão. Magessi confirmou que foi comunidade em 2006 para o aniversário do inspetor de polícia Félix Tostes, assassinado em fevereiro do ano passado.
Para tentar demonstrar que não tem ligação com esses grupos, a deputada alegou ter eleitorado maior no Alto da Boa Vista e na Rocinha. Ela afirmou que quando trabalhou nos setores de Entorpecentes e de Inteligência da Polícia Civil, não investigou milícias porque esta era uma responsabilidade apenas da Delegacia de Repressão s Ações Criminosas Organizadas (Draco).
O deputado estadual Marcelo Itagiba (PMDB), que também foi convocado pela comissão, comunicou que não pôde comparecer por conta de sua agenda na CPI dos grampos, em Brasília.