Ao receber nesta sexta-feira (22/09) um prêmio da agência de notícias IPS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma veemente defesa da liberdade de imprensa. "Ao trilharmos o caminho da justiça social da pluralidade, a liberdade e a independência das fontes são fundamentais para um diálogo democrático, equilibrado e esclarecedor", afirmou. "O acesso livre e desimpedido da informação é fundamental para se construir um mundo mais justo e próspero.
As afirmações de Lula apontam para a direção contrária do que vem fazendo sua equipe. Está em preparação um projeto de lei que criminaliza o vazamento de informações sigilosas, responsabilizando quem fornece os dados e quem os publica. O texto está em análise na Casa Civil e na semana passada foi apoiado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Em depoimento à CPI dos Grampos, ele afirmou ser necessário discutir se a imprensa não seria co-autora dos vazamentos de informações sigilosas. "É preciso pensar na punição de quem faz o grampo ilícito e de quem divulga", disse
Em seu discurso, Lula afirmou ser resultado direto da liberdade de imprensa. "Eu sou resultado da democracia. Eu sou resultado da liberdade de imprensa. Eu não teria chegado à Presidência se não fosse a democracia e a liberdade", disse. Na sua avaliação, a população tem plenas condições de discernimento. "Confio fielmente na inteligência do povo, que consegue distinguir a verdade da mentira, que sente nos olhos de quem está falando na TV, ou a voz no rádio ou as palavras nos jornais se elas são verdade ou não.
Lula foi premiado por sua atuação destacada pela justiça social. Em seu discurso, ele listou iniciativas do Brasil em favor de países pobres. Entre elas, o cancelamento de US$ 4,7 bilhões em dívidas das economias menos desenvolvidas.