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Politica

Ciro diz que não se vê em palanque contrário a Lula

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O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) afirmou que só será candidato a presidente ou a vice em 2010 e que não se vê em lado oposto ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesse pleito, ainda que tenha que "dar um tempo da política". "Se não for candidato a presidente ou a vice, não vou ser candidato a nada. Sou inelegível ao Senado [por causa do irmão Cid Gomes, governador do Ceará] e só posso ser candidato a deputado federal, presidente ou vice. Não sou mais candidato a deputado federal, não é minha aptidão, estou me sentindo meio mal lá [na Câmara]." Segundo a Constituição Federal, parentes consangüíneos de governantes não podem se candidatar, a não ser que já tenham um mandato eletivo. Há ainda lei complementar que torna inelegíveis ao Senado parentes e cônjuges do presidente e de governadores. Ciro afirmou que especulações sobre uma possível aproximação entre ele e Aécio Neves (PSDB-MG) em 2010 ocorrem porque, sempre que o questionam se cogita ser vice do tucano em chapa presidencial, os dois estão lado a lado, e ele não tem como negar. "Pelo cenário de hoje, o Aécio é do PSDB, e eu sou do arco de alianças do presidente Lula." Vice ou líder de chapa. Ciro voltou a dizer que pode ser candidato a vice - ou a presidente - em 2010 em chapa com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "Temos todas as possibilidades de entendimento", afirmou. "Tudo vai depender do princípio que está em jogo, que é o futuro do Brasil, e desse projeto que a gente defende contra uma direita muito poderosa concentrada em São Paulo e que está liderando as pesquisas hoje", disse o deputado. Para o presidenciável, apesar de o governo Lula ter hoje aprovação recorde, o cenário político em 2010 será diferente, com deterioração da economia causada por "pancadas" de aumento de juros dadas pelo Banco Central. "Não estou dizendo que vai haver uma tragédia, porque temos pela primeira vez na história o maior volume de reservas", afirmou o deputado. Caixa d'água Ciro comparou o cenário de 2009 ao de 2005, ano em que o país parou de crescer após um ano de alta econômica. "A caixa d´água está rachada, só que a água que entra é mais do que a que está vazando, então você não percebe que está rachada", disse, em referência à aparente estabilidade da política econômica em vigor. Proibido de aparecer na propaganda eleitoral de Patrícia por ser de partido que integra a coligação da prefeita de Fortaleza e candidata à reeleição, Luizianne Lins (PT), Ciro tem feito campanha nas ruas, sem economizar críticas à gestão da petista. Ele creditou, por exemplo, a liderança de Luizianne nas pesquisas à atuação do publicitário Duda Mendonça na campanha. "A campanha de Luizianne está sendo brilhante. Virtualizou a realidade, a vida do povo hoje é na televisão, é perfeita. O Duda Mendonça é um querido amigo e é brilhante", afirmou ele.