Na expressão ;não é preciso inventar a roda, basta saber girá-la;, a parte com que o governador José Roberto Arruda (DEM) mais se identifica é a segunda. A origem de uma lista extensa de programas executados pelo GDF explica a inclinação do governador pelo dito popular. Nos quase dois anos de mandato, Arruda marcou um estilo de administração: o de copiar aquilo que dá certo em outros governos. Choque de Gestão, Vila Olímpica, Cidade dos Meninos, Bolsa Universitária, Educação Integral, ciclovias são apenas alguns dos tantos programas que Arruda reproduziu de outras administrações. E sem o menor embaraço, segundo ele próprio comenta: ;Eu não tenho essa vaidade, não. A minha marca é saber copiar direitinho o que os outros inventaram;.
Uma das primeiras ações do governador assim que tomou posse à frente do Executivo já havia sido testada no Ceará e no Espírito Santo e tem a paternidade atribuída ao governo de Aécio Neves (PSDB), em Minas Gerais. A tentativa de diminuir o tamanho da máquina pública, com base em uma política de ajuste fiscal e que trabalha com índices de eficiência para medir o desempenho dos serviços de saúde e educação, foi importada para o Distrito Federal com nome e tudo. ;O choque de gestão funcionou muito bem em Minas, Ceará e Espirito Santo e agora é o que está dando jeito no DF;, avalia o governador.
Jovens
Depois do choque de gestão, Arruda tomou gosto pelo método de testar aqui as boas idéias que enxergou fora do território sob a sua administração. Uma das mais recentes aquisições do GDF é a Cidade dos Meninos. Nesta semana, Arruda foi até Belo Horizonte, onde conheceu os detalhes do programa que na capital mineira atende a 4 mil jovens. Da mesma forma como ocorre lá, no Distrito Federal o programa será tocado a partir de uma parceria entre o governo e a Igreja Católica.
Do Rio de Janeiro, o governador do DF trouxe não só o formato das vilas olímpicas, mas também o responsável pela execução do projeto na capital carioca, André Felipe. No primeiro ano de governo, ele foi secretário de Esporte. Depois, no entanto, Arruda resolveu substituí-lo, por considerar que o programa não estava sendo executado com a brevidade que imaginava.
A dobradinha projeto/executor também foi a base de outras ações importadas, como é o caso do Bolsa Universitária e do Cheque-Moradia. Os dois programas foram implementados em Goiás, durante o governo de Marconi Perillo (PSDB), hoje senador da República. Quando Arruda decidiu adaptar o projeto para o DF, trouxe junto uma equipe de três pessoas ligadas ao senador tucano para que moldassem as duas medidas ao contexto de Brasília. A idéia de construir corredores exclusivos para ônibus na capital federal também veio de fora. Esse formato de transporte público foi criado em Curitiba na época em que Cássio Taniguchi foi prefeito da cidade, entre 1997 e 2004. Hoje, o ex-prefeito é secretário do GDF e o projeto dele é um dos que ocupam a lista de prioridades de Arruda.