Um dia após ter sido chamado de "demo da catraca" por Marta Suplicy (PT), o prefeito de São Paulo e candidato do DEM à reeleição, Gilberto Kassab, buscou hoje uma ajuda divina para sua campanha. Negando caráter eleitoral, Kassab visitou o autódromo de Interlagos, na zona sul, ao lado do padre Marcelo Rossi e de D. Fernando Figueiredo, bispo da diocese de Santo Amaro. E admitiu que uma ajuda de Deus sempre é bem-vinda.
Os religiosos também se esforçaram em dissociar o evento da campanha. "Eu sou Igreja, e Igreja não tem partido", disse padre Marcelo. D. Fernando, no entanto, deixou escapar: "O prefeito sempre nos deu um grande apoio nesses anos todos. A ingratidão seria o pior dos pecados que nós poderíamos ter no nosso coração." Kassab vistoriou obras de ampliação do autódromo, que permitirão abrigar eventos de grande porte. Padre Marcelo teria sido o autor da idéia e por isso foi convidado para a visita.
Kassab se esquivou, mais uma vez, de responder qualquer questionamento sobre a batalha pelo segundo lugar nas eleições que vem travando com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). A cada pergunta, o prefeito repetia que sua campanha é feita de "realizações e propostas". Contudo, fez uma alusão aos pilotos Lewis Hamilton e Felipe Massa, que lutam pelo primeiro lugar nesta temporada da Fórmula 1, numa referência à disputa acirrada que trava com Alckmin na briga por uma vaga no segundo turno. E alfinetou: "Tanto eu quanto Felipe Massa seremos campeões, porque o Brasil todo torce pelo Massa.
O prefeito comemorou o resultado da mais recente pesquisa Datafolha de intenção de voto, divulgada ontem, e deu a entender que não está preocupado com os 2 pontos porcentuais ganhos pelo candidato tucano. "Divido esse momento tão feliz com nossa excelente equipe, com o governo José Serra (PSDB) e com os partidos aliados, incluindo o PSDB", provocou.