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Tarso disse que prisão de número 2 da Polícia Federal foi desnecessária

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A prisão do diretor-executivo afastado da Polícia Federal, Romero Menezes, a pedido do Ministério Público Federal no Amapá, irritou integrantes do governo federal e da própria PF. A reportagem apurou que o ministro Tarso Genro (Justiça) chegou a telefonar para o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para criticar os fundamentos apresentados pela Promotoria na prisão do diretor. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (17/09), Tarso disse que considerou a prisão "desnecessária" uma vez que Menezes poderia permanecer no cargo sem prejudicar as investigações da Operação Toque de Midas --realizada em julho deste ano contra fraudes em processo licitatório de concessão da estrada de ferro do Amapá. "Ele sendo o segundo homem da PF, o pedido de prisão feito e deferido pelo juiz salientava que ele poderia interferir no inquérito. Mas bastaria que ele fosse retirado da função, não havia necessidade de prisão, que aliás foi relaxada ontem à noite", disse Tarso. O ministro chegou a afirmar que houve "excessos" por parte do Ministério Público ao decretar a prisão, mas disse que tudo foi "feito dentro da legalidade" pela PF. "Ninguém pode impedir que as pessoas tenham divergência a respeito da necessidade de um constrangimento desse tipo", disse. Tarso disse que a prisão de Menezes não explicita divisão dentro da PF. "Em qualquer organismo do Estado brasileiro, de qualquer poder ou hierarquia, sempre há pessoas em qualquer Estado que têm desvios de conduta. Isso demonstra, na minha opinião, que é uma polícia que alcança maiores patamares de competência", afirmou. Mesmo se mostrando contrário à prisão de Menezes, o ministro disse que o inquérito será "rigoroso" para apurar se o ex-diretor da PF está envolvido em irregularidades. "Se houver culpabilidade, ele responderá à pena correspondente. O que desejo pessoalmente, e falei com ele ontem à noite, que como todos os indiciados presos pela Polícia Federal mereciam o benefício da dúvida, mas que o inquérito seria exemplar. Ele disse que eu poderia ficar tranqüilo que ele, como pessoa com responsabilidade na PF, ia comprovar sua inocência", afirmou. Menezes é suspeito de beneficiar o irmão, José Gomes de Menezes Júnior --também preso ontem-- com informações privilegiadas. O diretor da PF teria utilizado da sua prerrogativa do cargo para conquistar vantagens para a empresa de vigilância do irmão que presta serviços no Amapá à EBX --pertencente ao empresário Eike Batista. Também foi preso ontem Renato Camargo dos Santos, diretor da MMX, empresa subsidiária da EBX. Em nota, a PF informou ontem que "os dois investigados ligados ao grupo buscavam facilidades junto à Polícia Federal para proveito das empresas, como fraude na inscrição para curso especial de supervisor de segurança portuária, credenciamento para instrutor de tiro sem análise dos requisitos legais, entre outros".