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Cooperação entre Abin e PF na Satiagraha não foi ação entre amigos, diz diretor

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A colaboração de integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF), comandada pelo delegado Protógenes Queiroz, foi oficial. "Não foi uma ação entre amigos", disse há pouco o diretor afastado de Contra-Inteligência da Abin, Paulo Maurício Fortunato, na Comissão Mista de Fiscalização e Controle de Órgãos de Inteligência do Congresso. "Foi feita uma reunião para o Protógenes ficar ciente dos termos da cooperação", completou. Fortunato foi chamado para depor por conta de declarações que prestou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas da Câmara, na semana passada, de que mais de 50 servidores da Abin teriam trabalhado com Protógenes nas investigações da Satiagraha, inclusive com a realização de escutas telefônicas de autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário. Segundo ele, o sistema de trabalho dos agentes da Abin na Polícia Federal era em forma de rodízio e não com os mais de 50 ao mesmo tempo. No período de fevereiro a julho deste ano, o esquema de rodízio contava, em média, com seis agentes de cada vez. "Não tivemos 52 trabalhando ao mesmo tempo", disse. Ele afirmou que o diretor de Inteligência da Polícia Federal, Daniel Lorenz, faz um levantamento para saber quantos agentes da Abin estiveram no prédio da PF em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo para tratar das investigações e grampos feitos pela Satiagraha. "Entrada clandestina não ocorreu. É preciso apurar se houve desvio de função de funcionários", defendeu o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, que também presta depoimento. O diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda, saiu, mais uma vez, em defesa da instituição e disse que, até o momento, não há provas de que a Abin tenha cometido alguma ilegalidade ou grampeado clandestinamente telefones de autoridades. "A despeito de toda a gravidade, não existe nada que possa ser atribuído à Abin. Está se adotando aqui a presunção da culpa e não se pode presumir culpado antes da culpa. Não temos nenhum elemento de prova de que a Abin praticou esses crimes", disse