O candidato a prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB/PR/PRTB/PSDC) disse nesta segunda-feira (15/08) ser a favor do Exército nas favelas apenas fazendo obras, defendeu seu programa Cimento Social e prometeu licitar todas as linhas de ônibus. Ele voltou a dizer que espera uma aliança com a adversária Jandira Feghali (PCdoB/PTN/PHS/PSB) no segundo turno e não quis responder se se considera o "candidato do coração do presidente Lula". O senador foi o quinto entrevistado da série de sabatinas do jornal "O Globo" com os sete principais candidatos a prefeito do Rio.
Indagado se era a favor da ocupação do Exército nas favelas, o candidato afirmou que é a favor dos militares apenas fazendo obras. "Sou a favor do Exército fazendo obras. Antigamente o Exército trabalhava no Cone Sul, em conflitos na Argentina, Uruguai, Paraguai, mas hoje nossas possibilidades de guerra são remotas. Temos engenheiros (no Exército) que podem nos ajudar na obra de reconstrução do país", afirmou.
O candidato também defendeu o programa Cimento Social, de sua autoria. e cujas obras foram embargadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) por uso eleitoreiro. Segundo o senador, o programa é forma de gerar empregos, embora ele mesmo reconheça que não é a solução. "É legítimo um senador preocupado com as questões da favela. Fiz em janeiro do ano passado, nem sabia que iria ser candidato", afirmou Crivella que espera retomar as obras assim que possível.
Ele aproveitou para alfinetar o adversário Eduardo Paes (PMDB/PTB/PP/PSL), que divide com ele a liderança das pesquisas de intenção de votos. "Você acha que UPA (Unidade de Pronto Atendimento) tem uso eleitoral? E por que a Justiça não a proíbe? Talvez porque "O Globo" não faça o clamor que fez contra mim", afirmou.
O candidato também defendeu o uso das Forças Armadas para fiscalizar obras, de um modo geral. Em junho, três jovens foram mortos no Morro da Previdência, após serem entregues por homens do Exército - que faziam a segurança das obras do Cimento Social - a traficantes de um morro rival. "Quando quer fazer obra boa e rápida, o ideal é que o Exército faça (a segurança) ", afirmou. " Deu errado porque um oficial do Exército colocado ali era um oficial despreparado. Não fosse por aquilo, não se desencadearia todo esse processo", acrescentou Crivella.
Crivella também comentou a reportagem veiculada pela "Revista do poder", que atribuiu ao candidato as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "A 'Revista do poder' fez reportagem comigo de que nem eu mesmo tinha ciência", afirmou.
Crivella disse estar confiante na vitória nas eleições de 5 de outubro. "Se não ganhar no primeiro (turno), vou para o segundo", disse.
Indagado se apoiaria a adversária Jandira Feghali (PCdoB/PTN/PHS/PSB), caso ela vá para o segundo turno e ele não, o candidato disse que sim. "Ela pode contar com meu apoio devotado", concluiu.