O candidato a prefeito do Rio de Janeiro Chico Alencar (PSOL), que neste domingo (14/09) fez corpo-a-corpo ao lado de soldados do Exército na Vila Aliança, comparou a presença de militares nas favelas a "espantalhos" em uma horta e criticou o que chamou de "espetáculo" da Operação Guanabara. Alencar entrou pela manhã na favela de Bangu, que havia sido ocupada no mesmo dia.
"Tenho família no interior e desde criança estou acostumado a ver a horta com os espantalhos. Esse tipo de ocupação me lembrou essas cenas de infância. Os soldados são uma espécie de espantalhos colocados ali contra supostos criminosos que estariam impedindo o ir e vir dos candidatos", disse à reportagem.
"É muito mais um espetáculo ou talvez um treinamento para esses rapazes das Forças Armadas do que algo efetivo. A população fica cobaia de um laboratório inútil", afirmou.
Alencar disse que o encontro com os militares foi "uma coincidência absoluta". Apesar da recomendação da Justiça Eleitoral, ele não avisou ao TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro que faria campanha na comunidade. "A gente não vai avisar nunca. Isso é o cerceamento à liberdade", disse.
Alencar tentou cumprimentar os soldados, que não responderam. "Eles receberam uma orientação esdrúxula de não dar nem "bom dia´", afirmou.
Ele avalia que a operação militar está sendo eficaz no apoio aos fiscais do TRE-RJ que vão tirar propaganda eleitoral irregular, mas considera que o trabalho deveria ser feito pelas polícias civil e militar. Sobre o pedido do TRE-RJ para que a operação se estenda até o segundo turno, Alencar manifestou que "pode-se estar gastando dinheiro público à toa".
Na tarde desta segunda-feira (15/09), o candidato assinou com o movimento "Rio Como Vamos", no Centro, um compromisso de, se eleito, fixar metas para a realização das propostas de campanha e dar mais transparência à administração pública.