Jornal Correio Braziliense

Politica

Prima de Fernando Collor assume vaga no Senado em plenário vazio

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Em meio ao esvaziamento do Congresso Nacional provocado pelo recesso branco, a senadora Ada Mello (PTB-AL) tomou posse nesta segunda-feira (15/09) como suplente do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). O parlamentar se afastou do Senado até outubro para dedicar-se à campanha do filho Fernando James (PTB), candidato a prefeito de Rio Largo (cidade vizinha a Maceió). Segunda suplente de Collor, Ada Mello é prima do parlamentar e conhecida como "braço direito" do senador. Em 1992, ela foi indiciada ao lado da ex-primeira-dama Rosane Collor por desvios na LBA (Legião Brasileira de Assistência) com a acusação de superfaturamento em licitações para a compra de leite em pó. Ada Mello assumiu a cadeira porque o primeiro suplente de Collor, Euclydes Mello, também está envolvido em campanhas municipais no Estado. Ada Mello foi empossada no plenário esvaziado pelas eleições de outubro, com a presença de apenas três dos 81 senadores. Na rápida posse, ela admitiu ser uma "estreante" na política uma vez que não ocupou nenhum cargo eletivo antes de ser empossada senadora. "Na política sou uma estreante, sem qualquer outra experiência de tribuna ou de prática legislativa. Contudo, declaro-me orgulhosa e incentivada com essa oportunidade ímpar de poder contribuir, ainda que na breve interinidade deste mandato, com o país e com meu Estado de Alagoas", disse. Apesar da sua passagem pelo Senado estar prevista para durar menos de um mês, Ada Mello prometeu trabalhar em prol de políticas de assistência social e preservação ambiental. "Pretendo valer-me dos valores cristãos e de uma permanente conduta pelo verdadeiro, pois, como já assinalaram, a simplicidade é o selo da verdade", afirmou. Esvaziamento Os presidentes da Câmara e do Senado, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), respectivamente, decretaram recesso branco no Congresso para permitir que os deputados e senadores participem das campanhas eleitorais nos municípios. No recesso branco, os parlamentares não precisam retornar a Brasília porque não há votações nos plenários das duas Casas nem nas comissões. Os parlamentares, porém, não têm descontos nos salários mesmo ausentes dos trabalhos na capital federal. Até o dia 7 de outubro, as atividades legislativas vão estar restritas à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara e à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência. As duas comissões investigam as denúncias de escutas telefônicas realizadas contra autoridades dos três Poderes, entre elas o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes. Com a proximidade das eleições de outubro, a rotina de deputados e senadores se transformou em "maratona" na busca por votos para candidatos aliados. O apoio aos aspirantes a prefeitos e vereadores vai desde a participação em caminhadas e comícios, até a gravação de programas eleitorais de rádio e TV em seus Estados de origem.