A deputada federal Solange Amaral (DEM-RJ) foi a primeira candidata à Prefeitura do Rio a fazer campanha em uma favela ocupada pelo Exército no segundo dia da operação das Forças Armadas, que visa assegurar o livre trânsito de candidatos nas comunidades dominadas por traficantes e milícias. Cercada por militantes, a candidata chegou por volta das 10 horas na Cidade de Deus, zona oeste da cidade, e encontrou poucas pessoas nas ruas devido ao horário de trabalho.
Solange disse que não estava constrangida em fazer campanha sob a escolta dos 500 homens da 9ª Brigada de Infantaria do Exército armados com fuzis. "Não me sinto nem um pouco constrangida", disse a candidata. Ela mudou a agenda e pediu autorização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para fazer campanha na favela ocupada, mas negou que tenha problemas de segurança para entrar em comunidades carentes. "Eu cumpro as regras do Judiciário, mas nunca precisei disse. Quem me conhece, sabe que sempre estou em comunidades acompanhando obras", afirmou Solange.
Além da Cidade de Deus, o Exército ocupou as favelas Nova Holanda e Vila dos Pinheiros no Complexo da Maré, zona norte, com outros mil homens. As operações contaram com o apoio de um helicóptero e vários carros blindados. Apenas cabos eleitorais de candidatos a vereador das comunidades distribuíam 'santinhos' nas favelas. De acordo com o Comando Militar do Leste, nenhum incidente foi registrado no segundo dia de ocupação. Fiscais do TRE aproveitaram a presença dos militares nas comunidades para retirar material de propaganda irregular dos candidatos.