Partidos de oposição ingressaram nesta sexta-feira com representação na PGR (Procuradoria Geral da República) que pede a investigação do secretário de Assuntos Institucionais do PT, Romênio Pereira, investigado pela Polícia Federal na Operação João de Barro. O secretário foi flagrado em conversas e encontros com lobista preso na operação, deflagrada em junho.
DEM, PSDB e PPS afirmam no texto que os agentes públicos responsáveis por desviar verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) também tentaram "deliberadamente" impedir as investigações. Os partidos sustentam que Romênio, mencionado na representação como o "elo de ligação entre autoridades municipais e o governo federal para os desvios de obras do PAC", acabou beneficiado pela PF nas investigações.
"Na condição de investigado em inquérito policial que, por envolver parlamentares federais, tramitava sob condução do Supremo Tribunal Federal, Romênio Pereira teve seu sigilo telefônico quebrado. Entretanto, as medidas necessárias à realização de tal diligência não foram efetivadas porque não se teria encontrado o número ou os números de telefone do investigado, versão que depois caiu por terra", afirmam os partidos.
A oposição disse que a "deliberada tentativa de afastá-lo do foco da investigação" é conseqüência de ser dirigente do PT, de irmão de um deputado federal da legenda e filiado à "mesma facção partidária do ministro da Justiça, Tarso Genro, sob cuja autoridade está a Polícia Federal".
Os três partidos afirmam que são "evidentes" os indícios de que a PF, na defesa de Tarso, "acobertou conduta ilícita de Romênio Pereira, dificultando a condução de investigações que tinham o potencial de atingir membros do governo federal, com os quais mantinha contatos freqüentes no intuito de interferir na administração das verbas do PAC".
Na representação, as legendas acusam Romênio de ter cometido atos de improbidade administrativa. "A conduta dos policiais e de seus superiores --motivada que foi por interesses partidários-- viola os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade administrativa e da impessoalidade", argumenta a oposição.