Jornal Correio Braziliense

Politica

Em metade dos municípios brasileiros só dois candidatos disputarão prefeituras

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Em 49,2% dos 5.556 municípios analisados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a disputa pela governo municipal ocorrerá apenas entre dois candidatos. Nas últimas eleições municipais realizadas em 2004, a mesma situação atingia 46,6% das prefeituras disputadas. O levantamento da CNM corresponde a 99,9% dos municípios brasileiros. O restante não foi incluído no estudo porque não os dados não foram repassados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Levantamento divulgado hoje (27) pela CNM mostra que, em 2.736 municípios, a eleição será travada apenas entre dois candidatos, o que, para o presidente da confederação, Paulo Ziulkoski, facilita a decisão dos eleitores. Acho bom [a disputa entre dois candidatos] porque há como clarear e aprofundar mais as propostas dos candidatos, disse. De acordo com o mesmo levantamento nas 26 capitais há mais de dois candidatos em disputa pelas prefeituras. Na avaliação de Ziulkoski, quando há muitos candidatos, os debates na televisão e nas rádios, por exemplo, ficam prejudicados. É difícil reunir dez, onze candidatos para expor suas propostas, destacou. De acordo com o presidente da CNM, o crescimento das disputas entre dois candidatos também reflete a fragilidade dos municípios dentro do pacto federativo. Segundo ele, os municípios estão enfrentando uma onda de denuncismo e isso acaba afastando bons gestores da disputa e abrindo espaço para oportunistas. Nos últimos anos, não se passa uma semana sem que tenhamos notícias de prisão de um prefeito. Onde tem corrupção, tem que haver punição e cadeia. O problema é que no município, que é o primo pobre da Federação, é muito mais fácil denunciar e colocar execração pública do que o grande [estados e União], afirmou Ziulkoski. Tenho acompanhado muitas pessoas que são bons gestores, que foram bons prefeitos, que são bons gestores de empresas privadas que, ao serem procurados para se candidatar, alegam que não querem ir para o meio político porque ele está muito conturbado, argumentou o presidente da CNM. De acordo com Ziulkoski, quando a Controladoria-Geral da União (CGU) afirma que em mais de 80% dos municípios há corrupção ou indícios de fraude no manuseio de recursos públicos, acaba por igualar cidades em que houve pequenas falhas administrativas, com municípios em que realmente ocorreu crime. Os municípios são muito mais fiscalizados [na comparação com estados e a União] e queremos ser fiscalizados. Mas gostaríamos que a lei valesse para todos da mesma forma, acentuou Ziulkoski afirmando que "98% dos prefeitos do país são honestos".