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Politica

Solange estuda chamar prefeito do Rio para governo 'pós-Cesar Maia'

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Embora se intitule candidata para um governo "pós-Cesar Maia", a deputada do DEM Solange Amaral revelou nesta quarta-feira (27/08) o desejo de convidar o atual prefeito do Rio de Janeiro para permanecer na administração municipal. "Ele não falou nada, mas ando pensando. Ele é um mago das finanças, um grande economista", disse, durante sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S.Paulo" na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Questionada sobre o cargo que seria destinado a Cesar Maia, Solange foi evasiva. "Eu estou pensando em vários nomes, para várias áreas. Só eu e meu travesseiros sabemos quem vai trabalhar comigo na prefeitura. No dia seguinte da vitória, eu apresento." Justificando a importância da governabilidade, Solange evitou sinalizar um corte no Orçamento da Câmara Municipal, que, de acordo com a ONG Transparência Brasil, possui o mais alto custo por parlamentar entre todas as capitais brasileiras, quase R$ 6 milhões por ano. "A governabilidade passa não só pelo poder Executivo. O governo é o Poder Executivo e Legislativo. São questões da democracia e da governabilidade. A lei estabelece um teto de 6% do orçamento [para gastos com a Câmara Municipal], a prefeitura gasta 4%", disse. Durante a sabatina, Solange também entrou na briga sobre as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) do governo estadual, que ontem gerou intensa troca de farpas entre o governador Sérgio Cabral e o prefeito Cesar Maia. "A UPA é uma unidade instalada sem servidores públicos, sem licitação. Quero saber o que o Estado vai fazer com os seus hospitais públicos. Parece que não tem proposta para eles", disparou. "Por que razão não se investe nos hospitais Carlos Chagas, Albert Schweitzer? Tenho suspeita de que as UPAs sejam uma iniciativa eleitoral." A candidata centrou fogo nos adversários Eduardo Paes (PMDB) --que acusou de "saltar de um lado para o outro" em função de interesses pessoais-- e Jandira Feghali (PC do B), que "deseja governar com a foice e o martelo em vez do laptop", como faz o prefeito Cesar Maia.