Uma nova denúncia contra a Campo da Esperança Serviços Ltda foi feita neste domingo (17/08). Uma família que teria pré-agendado um sepultamento para às 18h não encontrou ninguém ao chegar ao cemitério, já com o cortejo. Jurandir Soares de Oliveira afirma que compareceu à empresa, em Taguatinga, na manhã deste domingo para se informar sobre valores para sepultar o corpo de sua avó, Teotônia Rosa dos Reis, 93 anos. Após receber as devidas informações o neto teria firmado acordo verbal com a atendente e pré-agendado o sepultamento para às 17h do mesmo dia. Porém, como alguns famíliares que vinham da Bahia se atrasaram, Jurandir pediu à funerária para remarcar o horário.
"Eles então ligaram lá novamente e pré-agendaram para às 18h", confirma Jurandir. De acordo com o neto, ele chegou ao cemitério às 17h45 para efetuar o pagamento do enterro e assinar os papéis do contrato antes da cerimônia. "Mas quando cheguei lá já não tinha mais ninguém, apenas os seguranças. Eles falaram que não tinham os telefones dos coveiros para chamá-los e disseram também que depois daquele horário não havia mais ninguém lá para resolver a situação. Tenho testemunhas que provam tudo isso", denuncia.
A empresa teria permitido, no entanto, que a família passasse a noite velando o corpo em uma das capelas, mas a alternativa não pôde ser aceita. "Tivemos que mandar o corpo novamente para a funerária para receber um novo processo com formol e aguentar o dia seguinte", afirma. O velório, então, ocorreu na própria casa da falecida, e o enterro foi realizado na manhã desta segunda-feira (18/08) no cemitério em Taguatinga. "Isso é uma falta de respeito com o ser humano, com todas a família, e pode acontecer com qualquer um", indigna-se Jurandir.
Porém, por meio de sua assessoria, a empresa Campo da Esperança informou que Jurandir chegou ao cemitério após as 18h -- horário em que são encerrados os sepultamentos -- o que teria sido registrado, inclusive, pelas câmeras de segurança do local. Ainda segundo a empresa, um pré-agendamento foi feito para às 16h30, mas nada foi confirmado pela funerária ou pela família, tendo a empresa tentado entrar em contato por telefone com Jurandir, sem obter sucesso. A Campo da Esperança Ltda destacou, ainda, que os serviços devem ser não só pré agendados como confirmados com antecedência.
Avisado da denúncia, o deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI dos Cemitérios, compareceu ao cemitério de Taguatinga ainda no início da noite deste domingo. "Eu intermediei a relação entre a família e a empresa, trata-se do retrato do descaso e do desrespeito com as pessoas em um momento de dor", considerou. Jurandir Soares registrou ocorrência na 17ª DP e irá acionar na Justiça a empresa Campo da Esperança.