A 120km de Brasília, a pequena cidade de Cocalzinho de Goiás vive mais um capítulo da disputa política entre o prefeito e candidato à reeleição, Salomão Araújo (PTB), e o antecessor Antônio Armando da Silva (PSDB). Antigos rivais, os dois prometem esquentar o clima morno da campanha no município, já que há pouco mais de 15 dias um assalto na Secretaria de Assistência Social da cidade resultou no roubo da memória de um computador do órgão que tinha o cadastro de 3.500 famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. O incidente deu início a uma discreta troca de acusações entre os adversários.
;Para mim, isso é um crime político. Só pode ser. Havia coisas valiosas na sede da secretaria e levaram apenas esses cadastros. Mas vou descobrir quem é o responsável. Afinal, contratei o melhor perito de Goiânia para averiguar o caso;, anunciou o prefeito Salomão. Para Armando, a história do roubo ficou mal explicada. ;Não quero comentar esse assunto porque não tenho nada com isso. O prefeito é que tem de mandar investigar o caso. Mas eles é que não venham me acusar porque eu os processo. Mas que esse roubo está estranho, está sim;, disse o tucano.
Apesar de não haver acusações diretas, as insinuações feitas por aliados dos candidatos dão o tom das divergências. ;Isso está muito estranho. Por que alguém iria querer a lista dessas famílias? Só se fosse para procurar alguma irregularidade para usar na campanha, né?;, comentou um comerciante ligado ao prefeito. Logo depois da declaração, ele pediu para não ter o nome citado na reportagem. Um dos concorrentes a vereador pelo grupo de Antônio Armando disse que não descarta a hipótese de que o incidente seja apenas uma tentativa de criar um fato político. ;Apesar do clima ameno da campanha, é uma disputa que pega fogo. Pode até ser que essa história seja explicada logo depois da eleição.;
Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense