A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai recorrer à Justiça para dar início à análise do novo quadro societário da VarigLog, agora comandada por Chan Lup Wai Ohira, irmã do investidor Lap Chan. A agência estuda a melhor estratégia para retomar o processo que pode cassar a autorização de operação da companhia.
A Anac tem até a próxima semana para recorrer da liminar concedida pela 14ª Vara Federal, em Brasília, a favor dos sócios brasileiros da VarigLog Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel. Excluídos por decisão judicial da companhia, os brasileiros argumentam que ainda podem reassumir o comando da VarigLog, o que anularia a nova composição societária apresentada à Anac.
Além da agência, o MPF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal também tenta revogar a liminar que impediu que a Anac analise a proposta do fundo norte-americano Matlin Patterson. O representante do fundo, Lap Chan, escolheu sua irmã, a chinesa naturalizada brasileira Chan Lup, para assumir o comando da companhia, com 51% do capital votante.
Além de Chan Lup, outro brasileiro ligado ao fundo foi selecionado para ficar com o restante das ações da VarigLog com direito a voto: Peter Miller, alto funcionário do Matlin Patterson, teria direito a 29% do capital da companhia. A Anac depende da Justiça para validar essa nova composição acionária. Caso reprove a origem do capital de Miller e Chan Lup, a VarigLog pode ser forçada a parar de operar.
Além de tentar fazer com que o processo seja retomado na Anac, o MPF também quer saber como a agência vai verificar a origem dos recursos dos novos acionistas. A presidente da Anac tem até a próxima sexta-feira- quando vence o prazo dado pelo MPF- para informar todas as medidas que serão adotadas para comprovar que o comando da companhia está, de fato, nas mãos de brasileiros, e não de laranjas.