A CPI dos Grampos adiou para esta quarta-feira (16/7) a votação dos requerimentos para convocar o banqueiro do Opportunity, Daniel Dantas, e o megainvestidor Naji Nahas, ambos presos na Operação Satiagraha, acusados de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Também seria votado o pedido para ouvir o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh, citado nos grampos e apontado como elo do banqueiro com o Palácio do Planalto. Ele aparece nos grampos pedindo ao chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, informações sobre a investigação da PF.
Desde o início da reunião nesta manhã, os deputados alternaram-se comentando sobre a possibilidade ou não de ampliar o foco de investigação da CPI, criada para fazer uma radiografia do sistema de interceptação telefônica do País, investigando tanto as escutas telefônicas legais, quanto as clandestinas. Durante o debate, a maioria dos parlamentares posicionou-se contra a ampliação. O presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) é contrário.
Os requerimentos foram apresentados pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Segundo ele, é necessário obter esclarecimentos sobre escutas ilegais relacionadas às atividades de Nahas e sobre escutas que Dantas teria promovido por meio da empresa Kroll Associates do Brasil. Fruet defende a convocação dos acusados e argumenta que já há decisão no STF autorizando CPIs a apurarem fatos que sejam conexos ao fato determinante.
Também nesta sessão, o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), apresenta dois novos requerimentos. O primeiro pede a convocação do delegado da Polícia Federal que comandou o inquérito da Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz. O segundo solicita que também preste depoimento o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal.
A expectativa dos membros da CPI é de que os requerimentos sejam aprovados, apesar de a comissão ser formada em sua maioria por governistas. Dos 22 integrantes, apenas oito fazem parte da oposição.