O deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF) defendeu, nesta terça-feira (15/7), a demissão do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, acusado pela Polícia Federal de fornecer informações privilegiadas para favorecer o banqueiro Daniel Dantas. Para o parlamentar, Carvalho perdeu todas as condições de continuar à frente do cargo depois da divulgação das conversas telefônicas entre ele e o ex-deputado do PT Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado de Dantas.
"É de estarrecer o nível de vassalagem prestado por Gilberto Carvalho ao advogado de Dantas, principal estrela do escândalo que atualmente abala a República", criticou Augusto Carvalho.
Na avaliação do deputado, enquanto o país inteiro discute as consequências da operação deflagrada pela PF, o Palácio do Planalto tenta blindar Gilberto Carvalho. Segundo ele, o presidente Lula, em público, defende o aprofundamento das investigações, mas, entremuros, preserva seu auxiliar mais próximo. Segundo Augusto, o ideal seria que, por iniciativa própria, Carvalho se afastasse do cargo. "Se não tomar essa decisão, Lula deveria demiti-lo imediatamente, por estar realizando assessoria a Dantas dentro do Palácio do Planalto", defendeu o deputado do PPS.
Além de Gilberto Carvalho e Greenhalgh - este tem trajetória ligada aos direitos humanos e presidiu a respeitável Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, outra figura muito próxima de Lula aparece nas gravações, o ex-deputado do Distrito Federal Sigmaringa Seixas, considerado um interlocutor confiável e sempre convocado pelo presidente da República nos momentos de crise para "apagar" incêndios entre os Poderes Executivo e o Judiciário.
De acordo com Augusto, tudo que foi divulgado na mídia sobre o envolvimento do chefe de gabinete de Lula estarrece a opinião pública. "Como é que a sociedade deve reagir ao saber que um alto funcionário palaciano passa informações privilegiadas a um advogado (Greenhalgh) de um banqueiro que está sendo investigado, dentre outras acusações, por operar um esquema de propina?", indagou Augusto Carvalho.