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Meirelles nega omissão do Banco Central na fiscalização do Opportunity

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negou nesta terça-feira (15/7) que a autoridade monetária tenha sido omissa em relação ao Banco Opportunity, investigado pela Polícia Federal. Em audiência pública no Senado, Meirelles afirmou que cabe ao Banco Central analisar criteriosamente a saúde financeira da instituição e tomar providências a tempo e a hora para evitar problemas no sistema. Meirelles disse que a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público é relacionada a ações da pessoa física e, muitas vezes, não tem nada que ver com a instituição financeira. Segundo ele, é de responsabilidade do Banco Central normatizar e fiscalizar apenas o sistema financeiro, o que inclui os bancos . "Quem normatiza e fiscaliza os fundos de investimento é a CVM [Comissão de Valores Mobiliários]. Isso é definido por lei", afirmou. Além disso, o Banco Central não pode divulgar informações referentes a processos administrativos que move contra instituições. O Banco Central tem normas de sigilo bancário que tem que seguir e não pode divulgar informações de processos administrativos ou sigilosas obtidas na instituição financeira." As informações sobre processos administrativos só vão a público quando a instituição financeira recorre ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro. Nesse momento, é publicada a informação sobre os processos que estarão em julgamento, explicou. De acordo com Meirelles, o repasse de informações para a Polícia Federal e o Ministério Público depende de decisão judicial. Para ele, há perfeita sintonia entre o Banco Central e a Polícia Federal. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), entretanto, não considerou clara a resposta do presidente do Banco Central. "Vejo dois cenários preocupantes: ou exagero da Polícia Federal, porque prendeu toda a diretoria do banco [Opportunity] ou omissão do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários. Essa questão precisa ser devidamente esclarecida não foi esclarecida hoje pelo princípio do sigilo bancário", argumenta o parlamentar.