Depois de uma reunião na tarde desta sexta-feira (11/07), a direção do PDT resolveu convocar o diretório regional da legenda para reavaliar o quadro político no Distrito Federal. O partido vai se reunir no próximo dia 23 para decidir se mantém apoio ao Executivo local e se lançará o senador Cristovam Buarque, presidente do PDT-DF, como pré-candidato ao governo em 2010. Por enquanto, a tendência é de rompimento com a atual administração e aproximação com a oposição.
Cristovam reuniu o partido depois de um almoço com o presidente do PT-DF, Chico Vigilante, Agnelo Queiroz e o pedetista Marcelo Aguiar, gerente do Programa de Escolas Técnicas do GDF. A conversa longa teve como assunto principal a postura dos partidos em relação às próximas eleições. Ao se filiar no PT, Agnelo Queiroz se transformou num potencial candidato ao governo. A estratégia de petistas é fechar uma aliança com o PDT, lançando Cristovam à reeleição no Senado. O PDT, no entanto, quer começar a conversar no mesmo patamar do PT, com possível cabeça de chapa ao GDF.
Para Cristovam, seu caminho natural é fazer campanha ao lado dos partidos chamados de esquerda, PT, PSB e PCdoB que sempre o apoiaram em todas as eleições. Ele diz que a candidatura ao governo não é seu plano A, mas sente que o PDT tem perdido espaço no Distrito Federal por conta da falta de um nome viável com disposição de participar das composições locais. Nos últimos anos, Cristovam tem se dedicado ao projeto nacional em defesa da educação.
Em 2006, Cristovam concorreu à presidência da República e agora tentava entrar no páreo para ser escolhido diretor-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). ;Como presidente do PDT, eu me sinto responsável pelo futuro do partido. O PDT tem perdido espaço no Distrito Federal;, admite o senador. Ele garante que o partido ainda terá uma conversa com o governador José Roberto Arruda (DEM), antes de tomar uma decisão. Se houver entendimento do diretório regional de que a aliança com o Executivo não vale a pena, o PDT vai entregar os cargos hoje ocupados no GDF. Essa escolha conta com o apoio do deputado distrital José Antônio Reguffe, único representante da legenda na Câmara Legislativa.
A estratégia do PDT é crescer como alternativa viável nas próximas eleições, com nome próprio na disputa ou como fiel da balança. Cristovam, no entanto, deixa claro que não subirá no palanque que apoiar o ex-governador Joaquim Roriz (PMDB), seu antigo adversário no Distrito Federal. ;Seria uma incongruência;, avalia Cristovam, que governou a capital do país entre 1995 e 1998. Houve muitos atritos entre os dois políticos.
Agnelo acredita que uma aliança entre PT e PDT seria muito promissora. ;Não precisamos falar de nomes agora. Não há motivos para decidir quem será candidato a governador ou senador. O importante é estarmos juntos;, avalia o ex-ministro do Esporte, recém-filiado no PT. ;Vamos construir um projeto alternativo de poder. Cristovam tem de estar do nosso lado;, defende Vigilante.