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CPI dos Grampos: PSDB quer ouvir Dantas e Gushiken

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O PSDB começou a se mobilizar para levar o escândalo da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, para o Congresso e para mais perto do governo. Os deputados tucanos que integram a CPI dos Grampos têm prontos requerimentos para a convocação do banqueiro Daniel Dantas e do investidor Naji Nahas, dois dos presos na ação da PF na terça-feira (8/7). Um terceiro requerimento pede a convocação do ex-ministro Luiz Gushiken, que, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agiu para evitar aproximação de Dantas com o governo. O banqueiro disputava com fundos de pensão, ligados a Gushiken, o controle da Brasil Telecom. Como a convocação, para ser aprovada, tem de estar relacionada com o objeto da CPI, a saída encontrada é questionar Dantas sobre a contratação da Kroll, líder mundial entre as empresas de investigação, pela Brasil Telecom. A Kroll é suspeita de, a mando da Brasil Telecom, ter grampeado integrantes do governo. O objetivo do banqueiro seria achar elementos contra executivos da Telecom Itália, sua antiga aliada e depois adversária comercial. Em depoimento à CPI dos Grampos, anteontem, o diretor-executivo da Kroll no Brasil, Eduardo Gomide, negou que a empresa tenha feito escutas telefônicas ou monitorado autoridades. O presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), no entanto, não ficou satisfeito e disse que o requerimento de convocação de Dantas "deverá ser aprovado" A articulação para convocar os suspeitos de corrupção, lavagem e remessas ilegais de dinheiro é liderada pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que assumiu vaga de suplente na CPI. Fruet integrou a CPI dos Correios, que investigou o mensalão - pagamento de propina a parlamentares da base de Lula. Segundo o tucano, a CPI dos Correios encontrou elementos de que as empresas do Banco Opportunity, de Dantas, abasteciam os cofres do valerioduto, como ficou conhecido o esquema de arrecadação e distribuição de dinheiro comandado pelo publicitário Marcos Valério. A justificativa para a convocação de Nahas na CPI dos Grampos é sua ligação com a Telecom Itália. Nahas diz ter atuado como consultor do grupo italiano, trabalho pelo qual teria recebido R$ 3 milhões.