O depoimento do deputado estadual Álvaro Lins (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj ), previsto para esta sexta-feira (4/7), foi adiado para a próxima quarta-feira (9/4). Lins é acusado de ser beneficiado em suposto esquema de propina na Secretaria de Segurança Pública quando foi chefe da Polícia Civil do Rio.
O deputado esteve na Alerj nesta manhã, mas sua defesa questionou os procedimentos do conselho ao afirmar que os trabalhos não podem ocorrer durante o recesso da Assembléia. "Não podíamos participar de um ato nulo e que prejudicaria a defesa", disse o advogado do deputado, Yuri Sahione.
Ele entrou com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj. Lins apresentou sua defesa ao conselho na segunda-feira. Sahione reafirmou que pretende fazer a defesa de Lins no conselho e descartou entrar na Justiça para contestar uma possível decisão desfavorável. "Por hora, não pensamos nisso", disse.
A assessoria do líder do governo e presidente do conselho, Paulo Melo (PT), disse que os trabalhos vão continuar. Às 11h da próxima quarta-feira, as dez testemunhas arroladas pelo deputado serão ouvidas. No mesmo dia, está previsto novo depoimento do deputado, às 14h.
O relator do processo, deputado estadual Audir Santana (PSC), tem prazo de 45 dias, que pode ser prorrogado, para apresentar parecer final sobre a cassação ou não do deputado por falta de decoro parlamentar. A representação iniciou-se no último dia 9.
Prisão
Preso em flagrante no dia 29 de maio pela Polícia Federal durante a Operação Segurança Pública S/A, Álvaro Lins foi solto no dia seguinte por decisão da Alerj. Ele já prestou depoimento ao corregedor, no último dia 4. A sessão foi reservada em uma sala isolada por cordas e seguranças. No depoimento, Lins alegou não haver provas concretas contra ele, mesma linha que a defesa deve seguir.
O peemedebista é acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, corrupção passiva e facilitação ao contrabando, que teriam acontecido antes de Lins assumir o mandato de deputado estadual.
A operação Segurança Pública S/A é um desdobramento da Operação Gladiador, de 2006, que investigou a máfia dos bingos e das máquinas caça-níqueis do Rio.