O processo por quebra do decoro do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, deve ser concluído na Câmara só após as eleições.
O presidente do Conselho de Ética, Sérgio Moraes (PTB), e o relator do caso, Paulo Piau (PMDB), admitiram que o recesso parlamentar e o "recesso branco" pré-eleição podem atrasar o andamento do caso. Negaram, no entanto, que a demora possa favorecer Paulinho.
Na quarta (02/07), o conselho recebeu do STF (Supremo Tribunal Federal) cópia do inquérito contra o pedetista, que é acusado de quebra de decoro por suspeita de envolvimento em fraudes no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O documento, que está sob segredo de Justiça, é composto por nove volumes com informações sobre a Operação Santa Tereza, desencadeada pela Polícia Federal.
A previsão inicial do relator é terminar o processo em setembro. O prazo, no entanto, pode ser estendido por mais 90 dias. Depois, o caso deve ser votado no plenário. Além do depoimento de Paulinho, marcado para terça, o conselho deve ouvir cerca de 15 pessoas, como o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o ministro Miguel Jorge e João Pedro de Moura, ex-assessor de Paulinho.