Após o PSB homologar ontem a chapa formada pelo ex-secretário de Estado Marcio Lacerda e o deputado estadual Roberto Carvalho (PT) para a disputa da Prefeitura de Belo Horizonte, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), anunciará hoje, na convenção tucana, o apoio informal do partido à dupla. Antes da convenção, Aécio e o prefeito petista de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, idealizadores da aliança PT-PSDB, farão um último esforço junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles têm o apoio declarado do presidente à aliança e mantêm a esperança de que mais um apelo de Lula possa mudar a posição da direção nacional do PT. O PT nacional não aceita o PSDB de Aécio formalmente na aliança, porque o PSDB faz oposição ao governo federal no Congresso e, sobretudo, por avaliar que a coligação pode beneficiar o tucano na corrida presidencial de 2010 -situação que, em tese, prejudicaria um eventual candidato petista à sucessão de Lula. Em nota conjunta divulgada na última sexta por PSDB e PPS, outro rejeitado pela direção nacional do PT, os dois partidos já sinalizavam que o caminho da informalidade é um gesto "generoso e responsável". O efeito prático da participação informal do PSDB na aliança é que a chapa não teria o tempo de TV do PSDB e do PPS, além de Aécio ficar impedido de aparecer nos programas eleitorais. Convenção.
Na convenção do PSB ontem, na Assembléia Legislativa, Pimentel mandou recado à Executiva Nacional do PT. "Tentaram impedir o entendimento político superior que há em Minas Gerais entre o governador, o prefeito e o presidente. Não conseguiram, estamos juntos." Lacerda minimizou as conseqüências da falta de apoio formal do PSDB. "Acho que a generosidade do PSDB e do PPS em apoiar demonstra que existe por trás dessa decisão uma força muito grande." Colaborou Ranier Bragon, para a Agência Folha.