São Paulo - Eleito em 2004 para a prefeitura de Rosana (762 km de São Paulo), Jurandir Pinheiro (ex-DEM) foi impedido de tomar posse porque havia sido condenado por compra de voto. À época, ofereceu-se para consertar o motor do carro de um eleitor. Em troca, queria o voto da família.
Meses depois, Pinheiro conseguiu suspender a condenação e assumir o comando da cidade. Antes de concluir o terceiro ano do mandato, foi cassado novamente, por uso irregular do dinheiro público.
Pinheiro voltou aos holofotes em dezembro passado, quando foi preso, acusado pelo desvio de R$ 50 milhões dos cofres públicos. Ficou 195 dias na cadeia até conseguir o direito de responder em liberdade. Sem condenação definitiva, Pinheiro pode tentar a reeleição.
Uma situação parecida ocorreu em 2006. A candidatura de Valdemar Costa Neto (PR), que tentava voltar à Câmara dos Deputados, ofereceu um churrasco a cerca de 1.400 pessoas. Meses antes, em meio ao escândalo do mensalão, ele havia renunciado ao cargo de deputado federal para fugir da cassação.
O local estava repleto de cartazes e cabos eleitorais. Ao microfone, alguém dizia que o deputado convidava "para saborear aquela carne". Depois, Costa Neto discursou: "Preciso do voto de vocês." O político foi eleito e voltou a Brasília. O TRE entendeu que a distribuição de carne não estava condicionada ao voto e arquivou o caso. A PRE recorreu ao TSE, que ainda não se manifestou.