Jornal Correio Braziliense

Politica

Pendências marcam ações da CPI dos Cemitérios

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A CPI do Cemitérios divulgou nesta quinta (26/06) um balanço de suas atividades desde que as investigações começaram, em março deste ano. Uma apresentação em power point reuniu fotos e resumiu em números um conjunto de reuniões, diligências, audiências e interrogatórios realizados nos últimos meses. Mas o mesmo relatório indicou também uma série de pendências relativas aos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito dedicada a apurar irregularidades no mercado da morte do DF.



Ao longo de 10 reuniões ordinárias, seis extraordinárias, oito diligências externas ; visitas a lugares suspeitos ;, quatro audiências como as que ocorreram no Ministério Público e no Tribunal de Contas foi possível desvelar inúmeros indícios de erros cometidos nas atividades vinculadas aos funerais. Entre as descobertas estão o desleixo com as áreas de enterros sociais nos cemitérios, as evidências de exumações realizadas sem o conhecimento de familiares, o superfaturamento dos serviços funerários, a reutilização ilegal de caixões usados e o golpe do DPVAT.

Requerimentos
Mas ainda há muito para esclarecer. Um indicativo é que existem 17 requerimentos aprovados pela CPI que ainda não foram atendidos. Os ofícios ; a maior parte deles pedindo acesso a documentos oficiais ; pode ajudar a dar o desfecho a várias suspeitas. É o caso, por exemplo, de denúncias que apontam uma conexão entre a máfia das funerárias e servidores de hospitais públicos. A acusação sobre uma suposta ;máfia do branco; foi feita pelo gerente de necrópole do GDF, João dos Santos Horvath Júnior, durante sessão secreta da comissão.

Um dos requerimentos que ainda aguarda resposta foi enviado à Secretaria de Saúde e à direção da Polícia Civil. O ofício pede acesso ao teor completo de processos administrativos referentes a comissões de sindicância instauradas para apurar o possível envolvimento de policiais ou servidores de hospitais com o mercado das funerárias.

O número
17
é o número de requerimentos aprovados pela CPI, mas que ainda não foram atendidos


Há também uma fila de depoimentos que foram aprovados pelos integrantes da CPI dos Ossos mas que ainda não foram realizados. Entre eles está o do ex-secretário de Desenvolvimento Social no governo de Joaquim Roriz, Gustavo Ribeiro.

Os distritais acreditam que o ex-gestor pode ter detalhes sobre o processo de terceirização dos cemitérios e também imaginam que Ribeiro ajudará a entender a origem das ossadas encontradas há duas semanas em uma vala do cemitério do Gama. Depois das férias, que começam a partir de amanhã, os parlamentares da CPI dizem que o depoimento do ex-secretário será prioridade.