As eleições municipais de outubro vão aumentar o número de suplentes no Senado a partir de agosto, quando pelo menos três parlamentares pretendem se licenciar do cargo para se dedicarem às campanhas nos Estados e municípios. Com as novas licenças, o número de suplentes deve chegar a 20 na Casa Legislativa - o que representa o total de 24% dos 81 senadores.
Os senadores Raimundo Colombo (DEM-SC), Kátia Abreu (DEM-TO) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) vão se licenciar do cargo para se dedicarem às campanhas municipais. Abreu também vai se empenhar em sua candidatura à presidência da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), mas pretende participar de atividades de campanha em Tocantins.
Collor, por sua vez, vai se afastar pela segunda vez do Senado desde que assumiu o cargo, em fevereiro do ano passado. O ex-presidente ficou pelo menos seis meses longe do Senado em 2007 para atender a convites para ministrar palestras em todo o país sobre reforma política e meio ambiente.
Colombo e Collor são presidentes estaduais, respectivamente, do DEM e PTB. Por esse motivo, decidiram licenciar-se da Casa para se dedicarem até outubro às eleições municipais em Santa Catarina e Alagoas.
O número de suplentes deve crescer ainda mais uma vez que os senadores Patrícia Saboya (PDT-CE) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) já anunciaram suas pré-candidaturas às prefeituras de Fortaleza e Rio de Janeiro, respectivamente. Os dois parlamentares ainda não definiram se vão pedir licença no Senado, mas admitem que podem solicitar o afastamento temporário da Casa Legislativa para se dedicarem às campanhas municipais - o que deve ocorrer entre agosto e outubro.
Suplentes
Ao contrário da Câmara, no Senado os suplentes não são eleitos nas urnas, mas sim indicados pelos senadores titulares. Cada senador tem direito a dois suplentes, que não precisam ser do mesmo partido do titular. Alguns senadores acabam escolhendo, nos bastidores, suplentes que se tornaram financiadores de suas campanhas eleitorais.
Outros indicam familiares para os cargos, como ocorreu com os senadores Edison Lobão Filho (PMDB-MA) e Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) - que assumiram os mandatos em substituição aos senadores Edison Lobão (PMDB-MA), ministro de Minas e Energia, e Antônio Carlos Magalhães, morto no ano passado.
Dos 81 senadores eleitos para o Congresso, 15 são atualmente suplentes que não receberam votos nas urnas para chegarem ao Senado. Pela proporção atual, 18,5% das cadeiras da Casa Legislativa são ocupadas por suplentes.
Na Câmara, os suplentes são os candidatos que mais receberam votos em cada partido, mas não conseguiram estar entre o número de vagas para o Legislativo. Por este motivo, a polêmica dos "suplentes" não mobiliza os deputados, já que todos que chegam à Casa Legislativa receberam votos nas urnas.