O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), afirmou nesta terça - feira que não pretende entrar em confronto com os principais rivais nestas eleições, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele disse ainda que as trocas de acusações não valem a pena porque o eleitor já está maduro e sabe "acompanhar o processo eleitoral."
Kassab preferiu dizer que sua campanha será de "propostas" quando foi questionado sobre o confronto que ele pode travar com Alckmin, cujo partido é aliado da atual administração. Segundo interlocutores, a tática tanto de Kassab quando do ex-governador é centralizar os ataques contra Marta, já que DEM e PSDB pretendem se coligar no segundo turno. O desgaste provocado pela troca de acusações poderia comprometer essa aliança, que já naufragou no primeiro turno.
"A minha campanha será de propostas, mostrando o que a gente pretende fazer nos próximos quatro anos", disse Kassab em um hospital na zona norte da cidade. "Apresentaremos os resultados da nossa gestão para que a população tenha um volume de informação suficiente e sabia em quem votar."
Segundo o prefeito, a troca de acusações já não seduz o eleitor, que está acostumado às eleições. "O eleitor paulistano está muito amadurecido, ele sabe acompanhar o processo eleitoral", disse. Sobre possíveis ataques que ele pode receber, Kassab disse que não está preocupado. "Estou muito tranqüilo em relação ao que realizamos e estamos construindo em propostas para os próximos quatro anos."
Grampo
Nesta semana, o nome do prefeito foi citado em conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal, que investiga o envolvimento de vereadores e assessores. Há suspeitas de que eles teriam mantido a casa de prostituição de luxo WE aberta. Um dos principais acusados é o presidente da Câmara, vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR).
Fabiano Alonso, genro e homem de confiança de Rodrigues, teria dito ao lobista da organização criminosa, o coronel reformado da Polícia Militar Wilson Consani Júnior, que o presidente da Câmara ajudaria, e teria afirmado também que Rodrigues tratou do problema com Kassab nos dias 8 e 9 de abril.
O prefeito nega a participação nas denúncias e diz que elas não vão interferir em sua campanha. "Não irá respingar na minha campanha porque esta é uma questão que não me diz respeito", disse o prefeito. Ele também pediu que todas as denúncias sejam apuradas. "