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Chinaglia diz que não tem elementos para investigar deputados suspeitos de desvios

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O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta segunda-feira que não há elementos suficientes para a Corregedoria Geral da Casa investigar os deputados João Magalhães (PMDB) e Adelmir Camilo (PDT), ambos de Minas Gerais. Os dois parlamentares são investigados pela Polícia Federal na Operação João de Barro ,que apura desvio de recursos de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Até o presente momento não há elementos para levar o assunto à investigação na Corregedoria Geral da Câmara", afirmou Chinaglia, informando ter sido comunicado pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, de que policiais federais fariam diligências nos gabinetes dos dois deputados federais na última sexta-feira. Magalhães e Adelmir tiveram seus gabinetes examinados na última sexta-feira por policiais federais. Documentos e computadores foram recolhidos dos gabinetes. Mas os dois deputados afirmam ser inocentes e negam envolvimento com as irregularidades. Chinaglia disse que desconhece detalhes sobre o inquérito que envolve Magalhães e Adelmir e ressaltou que as investigações "correm em segredo de Justiça". O presidente da Câmara disse ainda que aguarda mais informações para tomar futuras providências. Investigações Conduzida pela PF, a Operação João de Barro investiga suspeitos de integrar um esquema de fraudes de contratos envolvendo desvio de dinheiro público destinado a obras realizadas em 119 localidades do Distrito Federal e de sete Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Segundo as investigações, a polícia identificou que entre as obras algumas estavam incluídas no PAC. Pelas apurações iniciais, cerca de R$ 700 milhões foram liberados por intermédio de emendas parlamentares ou convênios com ministérios. Chinaglia admitiu nesta segunda-feira que é necessário aprimorar determinados instrumentos relativos ao Orçamento Geral da União. Para o presidente da Câmara, uma das alternativas seria realizar leilões públicos para as concorrências e "evoluir" no critério de liberação de verbas para emendas de bancada. Mas não deu exemplos de como ocorreria essa evolução. Segundo o petista, a tendência é de os parlamentares encontrarem meios que aperfeiçoem o sistema em vigência no que se refere ao orçamento da União.