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Tucanos acusam kassabistas de coagir servidores para criar chapa dissidente

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O presidente do diretório municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, afirmou nesta quinta-feira (19) haver uma pressão para que servidores da Prefeitura de São Paulo filiados ao partido assinassem a lista que cria uma chapa pró-Kassab na disputa pela candidatura do PSDB. Caso a chapa não seja vetada pela Executiva Nacional, haverá disputa pela indicação do candidato do partido na convenção marcada para domingo (22). Segundo Lobo, em reunião do partido, alguns correligionários "colocaram claramente que foram procurados e pressionados". "Repudio esse método de angariar apoio a outras chapas que não expressam a maioria do partido, colhendo assinaturas com pessoas que estão dentro da máquina administrativa", afirmou o dirigente tucano. O ex-governador e pré-candidato do partido, Geraldo Alckmin (PSDB), também disse condenar tal prática, embora tenha evitado fazer acusações diretas. "Acho que essas coisas já deveriam estar abolidas da política brasileira. Não tem cabimento em uma cidade como São Paulo, pressão sobre gente simples, gente humilde, constrangimentos" Ele confirmou haver denúncias da pressão exercida pela ala do partido pró-Kassab sobre os servidores. "Na Prefeitura, todas as informações são nesse sentido", disse. O deputado federal Sílvio Torres (PSDB) defende que as denúncias sejam investigadas e diz que os alkmistas também devem exercer sua influência para angariar apoio. "Da mesma forma que se mobilizaram para uma chapa, nós do PSDB também estamos mobilizados." Outro lado O vereador Gilberto Natalini (PSDB), um dos principais defensores do apoio do PSDB à candidatura do prefeitura Gilberto Kassab (DEM) à reeleição, afirmou que as acusações representam uma atitude desesperada dos aliados de Alckmin. "Dizer que assinaturas foram obtidas por coação, é no mínimo uma atitude de desespero. Uma atitude de quem está com medo de perder no domingo [na convenção do PSDB]", afirmou ou vereador. Ele também defende a investigação destas denúncias e que, caso realmente tenha ocorrido pressão à servidores da Prefeitura, que os responsáveis sejam punidos. "Que eles dêem os nomes de quem foi coagido e de quem coagido. Vamos punir, porque isso não é possível", afirmou. Mandado Natalini também afirmou que na noite desta quarta-feira (18) entrou com um mandado de segurança para evitar que assinaturas apresentadas ao diretório municipal na terça-feira (17) defendendo a chapa com o prefeito Kassab não fossem retiradas. Segundo ele, há uma pressão do partido para que os delegados retirem o apoio à chapa. "Entramos com mandado de segurança ontem para que fossem considerados os delegados que nós entregamos na terça-feira até as 18h, porque o prazo para receber desistência tinha acabado", afirmou. O vereador acusa os alckmistas de "fazerem ligações desesperadas para todos que assinaram a lista, pedindo para que as pessoas retirem seus nomes".