O Rio Grande do Sul vive uma das piores crises políticas de sua história. Cercada por denúncias de corrupção no governo e brigada com seu vice, a governadora Yeda Crusius (PSDB) fez uma reforma de secretariado e criou um gabinete de transição, para tentar resgatar sua administração. A crise gaúcha é o tema desta semana no Correio Debate, programa de discussão sobre política do Correiobraziliense.com.br. Os convidados foram os deputados gaúchos Pepe Vargas (PT) e Cláudio Diaz (PSDB).
Diaz, um dos defensores da governadora e que chegou a ser cogitado para assumir a Chefia da Casa Civil, reconheceu problemas de articulação política na Assembléia Legislativa e na formação da coalizão que elegeu Yeda. ;Quando a semeadura não é boa, é difícil uma boa colheita;, admitiu. Referia-se em especial ao vice-governador Paulo Feijó. Indicado pelo DEM, ele rompeu com a governadora antes mesmo da posse. Recentemente, agravou a crise no estado ao divulgar a gravação de uma conversa que manteve com Cézar Busatto, então secretário da Casa Civil. A gravação, na qual Busatto falava do uso da máquina pública para fazer caixa de partidos, derrubou o secretário.
Mas o tucano afirma que a oposição aproveita a crise política para tentar obscurecer as mudanças estruturais que Yeda Crusius promoveu no Estado. ;A sucessão de administrações irresponsáveis fez com que o Estado se tornasse quase ingovernável. O trabalho sério de ajuste fiscal desse governo fez o Rio Grande do Sul sair do déficit e iniciar uma série de ações estruturantes;.
Pepe Vargas rebateu e disse que a crise ética é grave no Estado. ;Pessoas importantes nos partidos de sustentação do governo foram indiciadas numa operação da Polícia Federal, que expôs uma quadrilha. Outras só não sofreram o indiciamento porque o foro privilegiado impediu que as investigações avançassem;. Segundo ele, ;é muito sério que o vice-governador venha a público fazer denúncias de corrupção na administração que integra;.
O petista lembrou que a oposição é minoria na Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativa que investiga fraudes no Estado. ;Quando uma CPI com maioria governista avança da forma como esta vem avançando, é porque as denúncias têm substância;. Ele se diz ser contra a tentativa de impeachment da governadora, mas fez um duro retrato dela. Acusou-a de prepotência e de tentar impor uma política neoliberal.
O Correio Debate é apresentado pelo jornalista Gustavo Krieger e exibido no site do Correio todas as quintas-feiras a partir das 20h30.