O advogado Roberto Teixeira afirmou nesta quarta-feira (18/06) que recebeu US$ 350 mil da Volo do Brasil na transação de compra da VarigLog em 2006. Ele nega que o valor seja de US$ 5 milhões, como relatam os sócios brasileiros da empresa.
Teixeira, acusado de tráfico de influência nessa operação financeira, deu uma longa entrevista coletiva após o adiamento de seu depoimento ao Senado. Ele criticou ainda a ausência dos sócios brasileiros, que alegaram ter uma audiência na Justiça em São Paulo para faltar ao convite feito pelos senadores. "Para mim, foi uma surpresa que os acusadores não estejam. A desculpa apresentada é deslavada. Quem acusa teria que ter disposição para estar à disposição", disse.
O advogado negou que tenha orientado o fundo norte-americano Matlin Patterson a transferir US$ 85 milhões da Suíça para os EUA, informação publicada na edição desta quarta do Correio. "Nós somos apenas e somente advogados. As decisões não são tomadas por nós. Não houve essa transferência por orientação. Meu fax foi usado, não foi usado por nós, não assinei. Não era intenção da empresa e a empresa não transferiu", afirmou. "O que a empresa assumiu é que aplicaria US$ 85 milhões na reestruturação (da Varig) e é o que ela estava fazendo", ressaltou.
Teixeira ainda defendeu a existência de um suposto contrato de gaveta entre os sócios brasileiros e estrangeiros da Volo do Brasil. "Não é contrato de gaveta, é válido. Isso significa que seria a porta de saída para ambas as partes. Qualquer uma das partes poderia se valer disso. Se isso era uma possibilidade e não uma situação real, não se pode confundir com contrato de gaveta".
Compadre do presidente Lula, Teixeira voltou a negar que sua amizade tenha interferido na transação. "O presidente Lula tem mais que cuidar do Brasil e não vai interferir em relações comerciais".