Um assessor do deputado distrital Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI dos Cemitérios da Câmara Legislativa, foi conferir nesta sexta-feira mais uma denúncia contra a Campo da Esperança Serviços Ltda. A suspeita de que a empresa concessionária estaria despejando ossadas humanas em uma área do Cemitério do Gama virou caso de polícia. Isso porque, mesmo sem autorização judicial ou da Campo da Esperança, o assessor entrou no cemitério com um trator - que segundo ele pertence à Administração do Gama - e fez escavações no local, onde foram encontrados restos de caixões e ossadas. Apenas a perícia poderá concluir se os ossos são humanos ou de animais e se o fato de haver ossadas no local é irregular.
Indignado com a 'arbitrariedade' do assessor, o advogado da Campo da Esperança, Paulo Castelo Branco, que já está no local, considera absurda a ação coordenada pelo assessor de Ulysses. Para o advogado, está ocorrendo exatamente o que o empresário Francisco Moacir Pinto, dono da concessão dos cemitérios do DF, afirmou em depoimento nesta quinta-feira à CPI. Ele havia dito que estão plantando provas contra a empresa.
Chamada pelo assessor, a polícia já se encontra no cemitério. O agente da 20ª DP (Gama) Ibrahim de Farias ordenou que a escavação fosse interrompida. A área foi isolada para que a perícia fosse realizada. Os distritais Rogério Ulysses e José Antônio Reguffe (PDT) já estão no local. Ulysses afirma, que embora a diligência não tenha sido aprovada pela CPI, que autorizou o assessor a fazer a inspeção e, ainda, que se responsabiliza pela ação.