Em meio às articulações do PDT para apoiar a candidatura da ex-ministra Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo, o presidente em exercício do partido, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), disse nesta quarta-feira que as legendas que integram o bloquinho - PDT, PC do B e PSB - vão caminhar "unidas" na disputa. O PSB e o PC do B mantém a disposição de lançar o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) para a prefeitura, mesmo com a intenção dos pedetistas de apoiarem Marta.
"Estamos conversando sobre a candidatura do bloquinho com o Aldo sendo candidato à prefeitura, ou o bloquinho irá unido apoiar a candidatura da Marta. Vamos buscar uma posição unitária", afirmou Cunha.
O presidente do PDT descartou um eventual apoio à candidatura do prefeito Gilberto Kassab (DEM), embora tenha afirmado que a legenda não pode "descartar nenhuma hipótese" na corrida pela prefeitura da capital paulista. "Acho muito difícil apoiar o Kassab, mas não se pode descartar nenhuma hipótese em política." Paulinho chegou a responsabilizar Kassab pelas acusações de envolvimento em desvios no BNDES. Kassabistas acreditam que as acusações de Paulinho contra o prefeito têm motivação política porque o PDT defende a aliança com o PT, da ex-ministra Marta.
A presidente do Diretório Municipal do PC do B, Júlia Roland, disse esta semana que "é quase certo" o lançamento da pré-candidatura de Aldo na capital paulista. Ela argumenta que há um consenso entre o PSB, partido da deputada Luiza Erundina, e o PC do B em manter a candidatura própria mesmo sem o apoio do PDT.
Os partidos que integram o bloquinho negociam com o PT uma triangulação de apoios nas eleições em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em São Paulo, as denúncias contra Paulinho estariam fazendo com que o partido recuasse da decisão de lançar candidato próprio para apoiar Marta. O partido costura com os petistas o apoio a Paulinho na Câmara, onde o deputado responde a processo por quebra de decoro parlamentar, em troca da adesão do partido à candidatura de Marta.