A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), decidiu criar um gabinete de transição para enfrentar a crise política deflagrada na sexta-feira com a divulgação de um diálogo do vice-governador, Paulo Afonso Feijó (DEM), com o então chefe da Casa Civil, Cezar Busatto (PPS), em que o secretário aborda financiamento de campanha com uso de estatais. O Palácio Piratini divulgou nota afirmando que o gabinete será composto por um representante de cada partido da base aliada (PSDB, PMDB, PP, PPS e PTB) para promover "uma ampla reestruturação da atual administração".
Segundo a nota, o objetivo do gabinete será "formular critérios de participação partidária na governança do Estado para execução de políticas públicas". O comunicado do governo afirma que os partidos da base governista deixarão Yeda "à vontade" para fazer todas as mudanças que julgarem necessárias, sem especificar se os secretários serão substituídos nem quantos cargos poderão ser modificados.
O deputado federal Cláudio Diaz (PSDB) afirmou que o "momento é grave" e exige atitudes radicais. Conforme ele, a opção foi por um sistema parlamentarista para responder à situação. Cotado para integrar o comitê de transição, Diaz disse que não poderá participar por causa da atividade como deputado. "É obra de uma nova arquitetura política", definiu Diaz, sobre a solução encontrada em reunião de Yeda nesta segunda-feira com líderes e dirigentes de partidos da base. Ele acrescentou que o objetivo é obter uma base parlamentar coesa.
A crise no governo fez Yeda trocar cinco integrantes do governo. Saíram o diretor de Obras do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), José Luiz da Rocha Paiva, o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto (PPS), o secretário-geral de Governo, Delson Martini, o chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante, e o ex-comandante-geral da Brigada Militar Nilson Bueno.