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Caso Varig: Denise Abreu participa de audiência e governo blinda Dilma

Ex-presidente da Infraero diz que não sabia da existência de um fundo americano por trás da compra da empresa áerea. Apesar da crise, governistas querem evitar que Dilma Rousseff deponha no Senado

Apesar de ainda não ter traçado uma estratégia de defesa, a bancada governista no Senado tem na ponta da língua o discurso sobre a eventual ida da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para falar sobre o envolvimento dela na venda da Varig: Por enquanto, nada de depoimento. Na semana passada, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil Denise Abreu acusou Dilma de ter pressionado o órgão regulador para ignorar exigências legais dos futuros compradores da companhia aérea e acelerar a venda para um grupo de investidores brasileiros e norte-americanos. ;Não vejo necessidade ainda de convocá-la;, afirma o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). A estratégia da base aliada é esperar os depoimentos, previstos para esta e a próxima semanas, dos envolvidos no caso Varig. Só a partir disso a base avaliará a necessidade de Dilma prestar algum esclarecimento ao Senado sobre o episódio. ;Antes que queiram chamar a ministra, vamos apurar o caso;, defende o senador Renato Casagrande (PSB-ES). A oposição já tem uma carta na manga. O presidente da Comissão de Infra-Estrutura, o tucano Marconi Perillo (GO), marcou o depoimento de Dilma para a quinta-feira da próxima semana (19). Supostamente para falar sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte. A ida de Dilma ao Senado ocorreria um dia depois da rodada dos 12 depoimentos na comissão sobre o caso Varig. ;Não há nada acertado para Dilma falar;, afirma Casagrande. ;No caso do dossiê, a oposição fez a mesma coisa. É um filme repetido;, critica. ;Este é o ônus de ela ser pré-candidata à Presidência: vira vitrine;, avalia Raupp, ao não ver necessidade de Dilma falar mais uma vez sobre PAC aos senadores. ;Com certeza, a Dilma não vai na próxima semana;, avisa o líder peemedebista. Na quarta-feira, está previsto o depoimento de Denise Abreu à comissão. Os oposicionistas esperam que ela confirme as denúncias feitas à imprensa, para reforçar a necessidade de Dilma depor aos senadores. Se ela não depuser na Comissão de Infra-Estrutura, a saída da oposição é criar uma CPI sobre o caso. Acusação Ontem, o ex-procurador geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe Brandão admitiu ao jornal O Globo ter sofrido pressão do Palácio do Planalto para dar um parecer no qual isentava os futuros compradores da Varig a assumir as dívidas de R$ 2 bilhões com a União. ;Houve uma pressão, que é comum quando há entendimentos técnicos diferentes do assunto;, afirma Brandão, que deverá falar à comissão do Senado. ;Sofri resistência. Tanto é que saí. Minha situação ficou insustentável;, declarou. Brandão foi substituído por Luiz Inácio Adams, que deu parecer favorável ao Planalto, isto é, à venda da Varig sem a sucessão de dívidas.