Brasília - Pela terceira semana seguida, os governistas tentarão votar a emenda 29 (que amplia os recursos para a saúde) e a nova CPMF, batizada de CSS (Contribuição Social para Saúde).
No esforço para assegurar os votos, os aliados fazem acordo e aceitam, como apelaram os governadores, que os Estados descontem os recursos gastos com o Fundeb, o fundo de educação, das receitas que servem de base de cálculo para os 12% vinculados com a área da saúde.
Apesar da dedicação, os líderes dos partidos aliados fecham uma contabilidade arriscada, com 267 a 272 votos favoráveis. Para aprovar o novo imposto são necessários 257 votos.
A idéia dos governistas é colocar a emenda 29 com a CSS em votação na quarta-feira, dia de quórum alto na Câmara. Até lá, vão ampliar as reuniões e dar mais atenção aos indecisos. Um dos desafios está dentro da própria base aliada: integrantes do PTB, PV, PR, além do PMN e PHS, resistem à votação, a quatro meses das eleições.
"A maior demonstração de que a gente tem voto é que a oposição usou de manobra regimental para adiar a votação, pois sabia que ia perder", afirmou o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE).
Presidente da Frente Parlamentar da Saúde, Rafael Guerra (PSDB-MG) afirmou que as dificuldades para o governo vão continuar, sinalizando que a oposição manterá obstruções para postergar a votação. "A população não quer a CSS, isso é muito claro", disse.
O novo imposto, com alíquota de 0,1% sobre movimentações financeiras (contra 0,38% da CPMF), começaria a ser cobrado apenas em 2009.