O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou nesta sexta-feira (06/06) da legislação eleitoral brasileira, que proíbe a liberação de recursos novos nos três meses anteriores às eleições. A regra engessaria o governo federal, impedindo-o de executar projetos de interesse da população. Por isso, foi classificada de ;hipocrisia; e ;falso moralismo; por Lula.
A crítica foi feita durante cerimônia, no Palácio do Planalto, de assinatura de ordens de serviço para obras de saneamento básico e habitação, orçadas em R$ 1,3 bilhão, em 11 unidades da federação.
;Vocês estão percebendo que este ato está sendo feito aqui hoje (sexta-feira, 06/06) por uma única razão: é que no começo de julho não poderemos mais assinar contratos, porque eleição neste país, em vez de ser uma coisa importante para consagrar a democracia, faz quem governa ficar um ano sem governar;, disse o presidente.
;Você tem o dinheiro, tem a necessidade, tem as pessoas que precisam, mas, pelo falso moralismo do país, parte-se do pressuposto de que um presidente ou um governador assinar um contrato com um prefeito é beneficiar o prefeito. É o lado podre da hipocrisia brasileira, em que você pára um determinado tempo porque causa suspeição;, acrescentou Lula.
Indicado pelo presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Carlos Ayres de Britto, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), evitou polemizar. Respondeu apenas que a lei não é hipócrita, mas ;necessária;. Como costuma fazer nas solenidades do PAC, o presidente destacou nessa sexta-feira (06/06) o suposto caráter suprapartidário do programa.
Lembrou ter assinado contratos com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o governador paulista, José Serra (PSDB). ;O Serra recebeu mais dinheiro do que vocês todos juntos;, brincou Lula, dirigindo-se a governadores e prefeitos.
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