A quatro meses das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz uma reunião ministerial na próxima segunda-feira (9) para definir as regras de participação de seus auxiliares diretos nas campanhas municipais. A idéia é estabelecer os limites para que os ministros subam em palanques e prestem apoio aos aliados. De antemão, uma das orientações que será discutida é evitar rachas entre os partidos que apóiam a base aliada do governo federal.
"O presidente quer combinar com os ministros que atuam mais na área política a forma [de atuar] nas eleições municipais já que a nossa base tem 14 partidos e nós não podemos ter uma participação do governo que contrarie parceiros", afirmou o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).
Segundo Múcio, o presidente quer ouvir a opinião de cada ministro sobre as regras que devem ser definidas. Múcio lembrou ainda que além das normas fixadas na reunião de segunda-feira, cada um deve seguir as orientações de seus partidos políticos.
"Os ministros podem trabalhar nos Estados. As regras serão estabelecidas por partidos. [Mas] cada um vai dar a sua opinião", disse Múcio. Apoio Ontem, Lula recebeu um apelo do ex-ministro Luiz Marinho (Previdência) para que participe de sua campanha eleitoral pela prefeitura de S. Bernardo do Campo (SP). Em meio a sorrisos, Marinho disse que bastam uma "recomendação de voto" feita por Lula e duas visitas dele ao município que "está bom".
Mais sucinta ao comentar a eventual colaboração de Lula na sua campanha à prefeitura de São Paulo, a ex-ministra Marta Suplicy (Turismo) disse apenas que o presidente iria apoiá-la. Mas não explicou como. Segundo ela, a "forma" ainda estava sendo definida. Internamente, o PT toma diferentes resoluções sobre eventuais parcerias nos municípios. Em 14 municípios, o partido autorizou alianças com PSDB, DEM e PPS --legendas que fazem oposição ao presidente Lula em nível nacional. No entanto, vetou a parceria com o PSDB em Belo Horizonte (MG) sob o argumento que as negociações poderiam ter reflexo em 2010.
Nesta quinta-feira, Múcio negou que as orientações que serão dadas na reunião ministerial já prevejam as eleições de 2010. Segundo o ministro, não há temor por um "racha" na base aliada em decorrência da campanha eleitoral, mas o empenho para trabalhar com "parceiros".
"Não é evitar racha, é [atuar para que você não] atrapalhe parceiros que ajudam a governar o país. O problema não se trata de 2010, mas trata de outubro de 2008", disse Múcio.