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Conselho de Ética da Câmara abre hoje processo contra Paulinho

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O Conselho de Ética da Câmara vai instaurar nesta terça-feira (03/06) processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. Ele é acusado de envolvimento com um esquema de irregularidades no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social). O órgão ainda deve nomear um relator - ou três relatores - para o caso. O presidente do conselho, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), decidiu agendar para hoje a sessão após ser representado pelo corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE). Segundo Inocêncio, Moraes descumpre o Código de Ética da Câmara, que determina a imediata abertura de inquérito quando há recomendação da Corregedoria Geral da Casa. Diante da demora, o corregedor entrou com a representação contra o presidente do conselho. Moraes negou que tenha sido pressionado pela iniciativa de Inocêncio para marcar a sessão do Conselho de Ética e afirmou que o corregedor se equivocou ao apresentar uma representação contra ele. "Não, [a representação de Inocêncio] não teve nenhuma influência e nem terá. Ele [Inocência] se equivocou", afirmou Moraes, que disse que vai se posicionar somente na quarta ou quinta-feira sobre a representação. O presidente do conselho disse ainda que a imprensa queria que ele "degolasse" Paulinho na mesma hora em que recebeu a recomendação da corregedoria, mas ressaltou que precisava de tempo para ler os documentos. Indignação. A iniciativa de Inocêncio provocou a indignação de Moraes, que foi ao plenário defender-se. Os dois trocaram acusações e foi necessário o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), intervir na discussão. Mas o ato do corregedor põe em risco a permanência do novo presidente do Conselho de Ética no cargo e no órgão. Com a representação já encaminhada pelo corregedor, Chinaglia terá de analisar como irá conduzir o processo contra Paulinho. É que o regimento interno da Câmara determina que integrantes do Conselho de Ética, quando representados, devem ser afastados de suas funções.