A Contribuição Social para a Saúde (CSS), inventada pela bancada governista, complica as negociações em torno da reforma tributária e torna mais tenso o clima no Senado. É o que se conclui das entrevistas que os senadores Francisco Dornelles (PTB-RJ) e José Agripino (DEM-RN) deram ao Correio Debate, programa para discussão sobre política veiculado às quintas-feiras no site do Correio.
"A CSS é uma provocação do governo ao Congresso", diz Agripino. "O Senado rejeitou esta proposta no final do ano passado e agora o presidente Lula quer forçar os senadores a aceitar sua recriação". Dornelles, que faz parte da bancada de apoio ao governo, votou a favor da CPMF em dezembro, mas não pretende repetir a posição. Ele acredita que não há base legal para recriar o imposto do cheque por lei complementar, como querem os governistas.
O senador, que já foi ministro da Fazenda e secretário da Receita Federal, defende uma reforma tributária ampla. Sua principal proposta é um imposto sobre valor agregado único, que seja distribuído entre a União e os Estados. "Simplificaria a cobrança, daria mais transparência e reduziria o custo Brasil", diz.
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Nesta edição, além das questões tributárias, os senadores discutiram os sinais de crise na economia brasileira. Para Dornelles, não há motivos para maiores preocupações. Ele acredita que as condições estruturais continuam favoráveis e que a economia vem sendo bem conduzida.
Agripino é mais pessimista. "Há problemas estruturais", diz. Entre eles, aponta como o mais grave a oferta excessiva de crédito no mercado. O Correio Debate é apresentado pelo colunista, repórter e blogueiro Gustavo Krieger. Esta edição teve a participação especial do repórter Vicente Nunes.
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