O suposto proprietário da Funerária Alvorada, Isnair Moraes Simões Rosa, presta depoimento desde as 14h desta quarta-feira na 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria). Isnair é apontado como o responsável pelo carregamento de 32 caixões que foram deixados na última sexta-feira em uma marcenaria em Santa Maria. As urnas, que eram usadas, tinham restos de algodão e marcas de sangue, foram levadas para a oficina com objetivo de serem reformadas. Uma das explicações que Isnair deu é a de que os caixões eram usados para remoção de cadáveres feita entre as clínicas de preparo de corpos e as funerárias.
Isnair também informou que metade das urnas foi levada de uma clínica de tanatopraxia (técnica de conservação de cadáver) do Guará e a outra metade da Funerária São Pedro, que funciona na 414 Sul. A loja é de propriedade de Isnair. A versão, no entanto, não bate com a apresentada por Overlando Fagundes, responsável pelo transporte das urnas. Segundo ele, os caixões foram todos buscados no Guará.
Técnicos da CPI dos Cemitérios da Câmara Legislativa acompanham o depoimento de Isnair. Na manhã desta quarta-feira, integrantes da comissão parlamentar de inquérito ouviram as declarações de Jurandir Alves Feitosa, o dono da marcenaria onde os caixões foram deixados. O marceneiro reafirmou que Isnair foi a pessoa responsável pela contratação para a reforma dos caixões. Ele afirmou que nunca teve contato com qualquer outra pessoa para tratar do assunto. Disse também que não conhece Cléber dos Santos, também apontado como dono da Funerária Alvorada.
O delegado-chefe da 33ª DP, João Carlos Lóssio, participa do depoimento. Ele afirmou que Isnair apresentou algumas notas fiscais referentes aos caixões encontrados na oficina de Jurindir. Os documento, no entanto, não especificam informações como numero de série e qualidade do produto.