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Pimentel e Aécio apelam a Lula por aliança em BH

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Na tentativa de consolidar a aliança envolvendo tucanos e petistas em Belo Horizonte, o prefeito Fernando Pimentel (PT) e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), apelaram nesta terça-feira ao presidente Luiz Inácio da Silva. Pimentel, Aécio e Lula tiveram um encontro reservado na Base Aérea da Pampulha, na capital mineira, e o prefeito demonstrou confiança nas "ações" partidárias do presidente. "Ele é inteiramente solidário com o movimento que fazemos aqui, com a construção dessa aliança ampla que estamos construindo em Belo Horizonte. Já falou isso em entrevista, já falou publicamente e, certamente, além da fala pública, algumas ações ele deve estar fazendo", afirmou Pimentel, que evitou dar detalhes das conversas. Um dia depois de a executiva nacional petista reiterar o veto à coligação, Lula, o governador de Minas Gerais e o prefeito de Belo Horizonte participaram, em Contagem, na região metropolitana, da solenidade de entrega da primeira grande locomotiva produzida no Brasil pela GE Transportation South América. Pimentel disse que espera que o diretório nacional, que se reúne na sexta-feira, reverta a decisão da executiva e aprove o acordo. Embora tenha evitado o confronto, ele, porém, provocou a cúpula do partido, que, na opinião dele, deveria ter se preocupado com a situação da candidatura do PT em São Paulo. Companheiros "Acho que o tempo dos meus companheiros da executiva nacional teria sido melhor empregado discutindo casos mais importantes para o partido, como o caso de São Paulo, onde a minha companheira e amiga Marta (Suplicy, ministra do Turismo) está numa situação difícil, não consegue ampliar as alianças. Eu acho que a direção deveria cuidar disso. Não é o caso de Belo Horizonte, muito pelo contrário, a aliança é tão ampla que inclui até partidos ditos adversários. A movimentação de Pimentel e de Aécio ganhou hoje o apoio do ex-deputado José Dirceu (PT-SP), que, no blog que escreve, classificou a decisão da executiva de "canhestra" e "hipócrita". Segundo Dirceu, como a direção petista aprovou coligações com o PSDB e com o DEM em outras cidades, até mesmo capitais, é difícil entender o critério para o veto ao apoio do PSDB à candidatura de Márcio Lacerda (PSB), "principalmente porque a filiação partidária e biografia" do secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas "não o ligam aos tucanos, mas sim ao nosso campo da esquerda, ao PSB". "Até dá para entender o veto às alianças com o PSDB na cabeça", observou o ex-ministro. "Mas, convenhamos, é uma posição bem canhestra e hipócrita, já que aceitamos apoio deles e até do DEM aos nossos candidatos. É, como vemos, o pior dos mundos.