A CPI dos Cartões Corporativos rejeitou nesta terça-feira (27/05) requerimento para a acareação de José Aparecido Nunes Pires, ex-secretário de controle interno da Casa Civil, com André Fernandes, assessor parlamentar do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Por 11 votos a cinco, os governistas derrubaram o requerimento com o argumento de que a montagem do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) não deve ser investigada pela CPI, mas somente pela Polícia Federal.
"Se é um banco de dados montado pela Casa Civil, e não um dossiê, não há crime. Estaremos investigando algo inexistente. O requerimento de acareação de nada contribui ao debate político brasileiro. O Brasil precisa do Congresso para discutir temas mais candentes do país. O Congresso deve encerrar esse tema [dossiê]", argumentou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Aparecido é acusado de enviar o dossiê com gastos da gestão FHC, por e-mail, para o assessor de Álvaro Dias. Em depoimento à CPI, o ex-secretário da Casa Civil negou a existência de um dossiê - mas confirmou que a Casa Civil montou um banco de dados com gastos da gestão tucana.
A oposição fez sucessivos apelos para a aprovação da acareação, mas com minoria na CPI, não conseguiu aprovar a matéria. Parlamentares do DEM e PSDB sustentaram que Aparecido e Fernandes apresentaram uma série de contradições nos depoimentos prestados à comissão --por isso defenderam a necessidade de uma acareação dos dois.
"É provável que ambos mantenham suas versões. Mas precisamos aferir a convicção e segurança com que cada um apresenta o seu propósito. É na acareação que podemos aferir isso", defendeu o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).