Jornal Correio Braziliense

Politica

PF encontra R$ 6,8 mi dentro de malas em Coari/AM

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A Polícia Federal encontrou em Coari (AM), cidade a 370 quilômetros de Manaus, R$ 6.890.720 em dinheiro vivo no forro de uma casa abandonada. A PF chegou à fortuna na noite da última terça-feira enquanto cumpria mandados de busca e apreensão durante a Operação Vorax, desencadeada para desarticular esquema de corrupção acusado pela polícia de desviar milhões em recursos públicos da cidade de 60 mil habitantes. Ainda não se sabe a origem do dinheiro. A casa onde o dinheiro foi encontrado fica em um conjunto habitacional construído pela prefeitura de Coari. Em sua maioria cédulas de R$ 50 e R$ 100, as notas estavam guardadas em malas e numa caixa de papelão. Uma parte estava envolvida em cintas de papel do Banco do Brasil. Os valores ficarão depositados na Caixa Econômica, à disposição da Justiça Federal no estado. O prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PMDB), é acusado pela PF de chefiar um grupo especializado em fraudar licitações públicas. A polícia chegou a pedir a prisão dele, mas o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região negou. Até às 19h de hoje, haviam sido presas 22 pessoas, entre secretários municipais, empresários e parentes do prefeito. O esquema teria movimentado mais de R$ 50 milhões entre 2001 e 2008, período que coincide com o primeiro e o segundo mandatos de Pinheiro. As fraudes, segundo a PF, atingiam principalmente verbas federais e royalties recebidos pela prefeitura de Coari pela exploração de petróleo e gás natural ; daí o nome da operação de Vorax, por se tratar de uma bactéria desenvolvida para se alimentar de petróleo. O administrador de Coari estava em Brasília, com outros prefeitos do interior do Amazonas, em encontro com o ministro da Educação, Fernando Haddad, quando a operação foi deflagrada. Nesta quarta-feira, de volta ao estado, ele determinou que secretários cedam documentos à PF a fim de esclarecer os fatos. "Ele (o prefeito) acredita na Justiça e destaca que a decretação das prisões temporárias são por cinco dias, não configurando, portanto, condenação antecipada", afirma nota.