O ministro indicado do Meio Ambiente, Carlos Minc, que almoçou nesta segunda-feira com sua antecessora, Marina Silva, no apartamento funcional dela, propôs um plano de saneamento ambiental que, em dez anos, amplie dos atuais 35% para 75% os domicílios atendidos por sistema de saneamento. Ele acentuou, porém, que os recursos para um plano dessa magnitude são insuficientes, defendendo, portanto a ampliação das dotações do Ministério da Integração Nacional.
Minc, que será recebido hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto para acertar a posse, se queixou do contingenciamento de R$ 150 milhões das verbas do Ministério do Meio Ambiente, propondo sua liberação imediata. Segundo ele, os recursos contingenciados são provenientes principalmente do uso da água por empresas de saneamento e de energia elétrica. Minc justificou sua proposta de colocar as Forças Armadas na proteção ambiental da Amazônia, dizendo que além da região regular o clima mundial, pode se transformar também num grande laboratório genético e, portanto, altamente estratégico para o País.
O futuro ministro do Meio Ambiente defendeu, igualmente,a ampliação da área de proteção ambiental da Mata Atlântica, destacando tratar-se do segundo maior bioma do mundo ameaçado. Anunciou que viajará à Alemanha no próximo dia 29 em busca de recursos para ampliar a defesa ambiental da Amazônia e da Mata Atlântica.
Resposta
Minc rebateu editorial do jornal norte-americano New York Times que defendeu que os países desenvolvidos sejam consultados sobre a proteção ambiental da Amazônia. "Os brasileiros também deveriam ser consultados sobre o patrimônio ameaçado dos Estados Unidos", ironizou. Minc disse ter pregado na França que as empresas francesas devem se comportar, nos países emergentes, da mesma forma que se comportam na França no que diz respeito à proteção ambiental, postura que deve ser a mesma, segundo ele, de todas as grandes empresas multinacionais.
Carlos Minc atribuiu o convite do presidente Lula para o Ministério do Meio Ambiente ao seu trabalho na Secretaria do Ambiente do Rio de Janeiro e disse esperar do presidente da República o mesmo apoio que teve do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). "Se fui um bom secretário para o Lula ter me chamado, devo isso às condições de trabalho que me foram dadas pelo governador Sérgio Cabral", concluiu.